domingo, 27 de maio de 2012

38 semanas

Finalmente parei.
Entrei de licença médica no trabalho, avisei que estou de férias dos frilas, não faço mais nada relacionado a trabalho. Ao menos por 10 dias. Estava precisando dar essa parada porque as coisinhas do Arthur e da gravidez estavam ficando de lado. Agora, serão dias de lavar e passar roupinhas, de arrumar o quartinho, terminar a decoração e os projetos crafter que a mamãe aqui inventou.

O marco de hoje, dia em que entro na 38ª semana, foi arrumar a malinha da maternidade (a dele, porque a minha ainda não está pronta, apenas idealizada). Organizei os kits de roupinhas dentro de saquinhos plásticos. A primeira roupinha ainda não está decidida porque dependerá do clima do dia. Se um dia de junho (porque duvido que entre em trabalho de parto nos próximos 4 dias) mais quentinho, será um body com macacãozinho e gorrinho, tudo de algodão branco, e uma mantinha de tecido acrílico branca. Agora, se o dia estiver mais friozinho, teremos um macacãozinho de algodão, um macacãozinho de plush por cima, um gorrinho de algodão, tudo azul-claro, e a mesma mantinha de tecido acrílico branca.

Agora, como minha vida é uma aventura na savana da realidade, teremos fortes emoções pela frente!
É que eu ganhei a cadeirinha de carro, mas ela está em SP e a pessoa que traria ela para o Rio não vai mais trazer. Fiquei chateada com a pessoa, claro, mas já que não dá para ficar chorando pelos cantos sem fazer nada, consegui outra pessoa para me trazer a encomenda (aliás, encomendas, porque TODOS os cueirinhos e TODAS as mantas do baby também estão em SP, além de outras roupinhas que eu queria levar para a maternidade!). A emoção fica por conta da data: a pessoa chega ao Rio dia 7 de junho e minha DPP, como anuncia o contador no pé da página, é 10 de junho. Será que dará tempo? Parirei antes de Arthur ter sua cadeirinha? Precisarei voltar a pé da maternidade? Conseguirei ter cueiros? Façam suas apostas e torçam comigo!

Bom, é isso. Queria agradecer a todos que estão na torcida, sobretudo a Anna, que tem vindo aqui sempre me oferecer um ombro virtual amigo fundamental nesta reta final cheia de hormônios que me deixam MUITO louca (vocês não estão entendendo a gravidade da situação!).
Continuem torcendo por mim, pelo baby e por nossa boa hora!
=)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pequeno causo urbano

No meio do trânsito caótico da cidade, um POFT bem alto no silêncio. Uma frutinha alaranjada se espatifou contra o vidro do carro em que estávamos, marido e eu (e Arthur). Parecia uma pitomba, mas sem a casca dura. Do tamanho de uma ameixa. Frutinha, caída do pé ou jogada por alguém. Não demos bola e seguimos viagem depois de tentarmos, com o limpador de para-brisas e sem sucesso, nos livrar da dita cuja.
Viajamos, pois, com o raio da bolota alaranjada e semi-espatifada no capô.
Eis, então, que em outro engarrafamento, poucos quilômetros adiante, paramos o carro e vem vindo um transeunte. De camisa de clube de futebol, calça jeans, ziguezagueando entre os carros engarrafados, ele passa diante de nós, palmeia a frutinha e a joga no lixo mais próximo. E não olha para trás.
Foi assim que uma frutinha e um rapaz bem-intecionado (ou com TOC) alegrou nosso dia engarrafado.

Meu filho, pode vir que o mundo é bão!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sustinho

Casa da sogra. Madrugada.37 semanas + 3 dias.

02h43
02h52
03h02

E tome contração dolorida.
Acorda o marido porque, além das dores, sinto um enjoo desgraçado.
Ficou nervoso(a)? Nós também. Mas não é/era nada. Só mais um dia de fortes emoções na vida de uma grávida na reta final.
Resultado? Bora aproveitar a insônia (do enjoo e do susto) para terminar o último trabalho pré-baby e, então, aninhar e curtir os últimos dias de barrigão e vida a (apenas) dois.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ah, a progesterona!

Se existe um hormônio delícia nessa vida é a progesterona. Ainda não provei a ocitocina matadora, é verdade, mas a progesterona está causando nesta gravidez.
Logo no comecinho, nas primeiras semanas, me fez cair de sono pelos cantos e sentir um enjoo contínuo e insuperável. No segundo trimestre deu uma folguinha, porque seriam muitas emoções, afinal. E agora, no terceiro e último trimestre, além de ter trazido os enjoos de volta às paradas de sucesso, ainda me faz esquecer tudo. No trabalho, preciso anotar tudo, e outro dia enviei um documento para a pessoa que havia acabado de me mandar o envelope. Se eu trabalhasse nos Correios, isso equivaleria a enviar a carta ao remetente, e não ao destinatário. Também tenho ficado lenta, no melhor estilo 486, e tarefas simples demandam um esforço mental e um tempo de planejamento enormes. E para completar a alegria, a progesterona tem me feito dormir pesado, e então eu chego atrasada todos os dias, e esqueço carteira em casa, esqueço que comprei um produto pela internet e fico muito surpresa quando ele chega na minha portaria, esqueço que marquei compromissos sociais e esqueço tudo o que não tem a ver com meu filho.
É um hormônio muito doido e com frequência bem incômodo, mas ao qual tenho sido muito grata. É que nessa vida louca e estressante de múltipla jornada que levamos, é graças à progesterona que me lembro de que preciso prestar atenção ao meu umbigo (e ao que vai por debaixo dele, principalmente) e também é preciso ir com mais vagar e cuidado, não porque haja algum problema, mas porque tudo o que é delicado e sensível merece um carinho a mais.

Agora, minha gente, falta pouco! O contador ali embaixo marca 36 semanas, e a partir de sábado meu filhote não é mais prematuro!
Torçam comigo!
=)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Medinho

Eu tenho um medo.
E nem sou Cecília Meireles.
Na verdade, tenho vários medos. De todos os tamanhos, formatos, cores e intensidades. Alguns são imensos, imobilizadores, aterrorizantes. Mas outros, são medinhos bobos, engraçados até.
Acho que toda grávida tem muitos medos. Aliás, todas as pessoas têm muitos medos, mas as grávidas se sentem responsáveis por aquela vidinha que vem surgindo e sentem mais medo que as demais pessoas (exceto, é claro, as mães e os pais). Então que eu resolvi vir aqui para falar de um medinho fútil e bocó que tenho. Não me condenem: lembrem-se de que estou inundada de hormônios que me deixam mais louca que o Bozo numa rave, tá?
Eu tenho medo de que meu filho seja feio. Feio de eu mesma admitir. Um lado meu me consola: se ele for feio você vai amá-lo do mesmo jeito, o que importa é ter saúde, ele pode nascer feio e inteligente, a cura da Aids não está atrelada à beleza da pessoa, o Collor era considerado bonitão e deu no que deu (estou denunciando minha idade, né?). Enfim, vários argumentos lógicos. E eu sei que o medo maior, de verdade, é com o caráter, a saúde e a felicidade do meu rebento, mas eu avisei que o medo era fútil, bocó e hormonalmente influenciado, não avisei?
Pula uma linha.
Esta semana, no trabalho, uma amiga me apresentou a um estúdio que faz umas produções tããão fofas com recém-nascidos (de 5 a 15 dias de vida!) e eu fiquei louca. Não fiz quartinho mega-produzido, não quis a mala XPTO e não surtei nas roupinhas (na verdade, ganhei quase tudo, muito feliz e satisfeita). Então que eu posso surtar no parto (e fazer tudo particular) e no sonho de fazer um albinho fofo e profissional com meu filhote recém-nascido. Eu posso porque eles parcelam em 10X no cartão, realidade viável para a classe média remediada de que faço parte. Daí me animei, mandei mensagem para o marido, que embarcou comigo nessa loucurinha (será a Síndrome de Couvade?) e, em meio a tanta alegria, euforia e fofura prévia, bateu o medinho. Na verdade, bateu o medinho (fútil, bocó e hormonal) e a vergonha.
É que eu não tive coragem de mandar o e-mail que montei, perguntando se meu bebê nascer feio eles cancelam o contrato e devolvem o dinheiro.

Espero que essa gravidez termine antes que os hormônios acabem com minha reputação de pessoa socialmente adaptada.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Pressão

Quisera eu falar da pressão arterial ou da pressão que se sente durante contrações. Minha pressão do dia diz respeito ao difícil jogo de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, que todas as mulheres conhecem beeeem melhor que os homens, sobretudo quando engravidam. Essa semana as coisas estão tensas. Meu coração (literalmente, o órgão) tem achado a gravidez uma coisa meio ruinzinha, e por isso, tome falta de ar. Minha médica diz que não há o que se possa fazer, a não ser diminuir o ritmo. Ontem, fui na consulta com minha enfermeira obstétrica e ela me disse que eu deveria diminuir o ritmo. Hoje eu cheguei no trabalho e fui avisada de que deveria aumentar (e muito!) o ritmo. Como conciliar? Como fazer uma empresa entender que sua vida e seu corpo estão em outro ritmo, e que não se trata de corpo mole, de preguiça ou de malandragem? Como fazer com que uma pessoa que nunca engravidou entenda o tamanho da exaustão que enfrento diariamente? Como fazer se lá em casa dependemos também do meu trabalho para pagar as contas? Como não ficar estressada, tendo de escolher entre imprimir um ou outro ritmo na vida? Vamos ver até quando e como vou levando essa vida pressionada, tentando encontrar o equilíbrio impossível de conciliar, em apenas 24h, vidas que precisam, cada uma, de 24h.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Ser grávida é...

... usar uma calça vermelha, ir fazer xixi e ficar apavorada com o vermelho que sai no papel higiênico. Ao perceber que se trata de tinta da calça nova, fica feliz, em vez de xingar muito no twitter a confecção, porque não se trata de trabalho de parto prematuro.