quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cara nova, velhas trollagens

Eu não sou a rainha do mundo digital-tecnológico. Por aqui, a coisa é analógica na maioria das vezes. No entanto, achei que pelo menos trocar a carinha do blog seria possível. Perdi algumas horas (e certamente uns neurônios), mas consegui.
\o/
Daí, fui toda feliz, orgulhosa e animada mostrar pro marido.

- Amor, mudei a cara do blog. Diz o que achou.
- Ahhhh, ficou bem bacana. Perdeu aquele ar "selvagem" daquela foto de fundo, o que foi uma pena, e ganhou um ar mais doméstico, mais de casa com os ovinhos fritos...

E eu crente que tava abafando com minhas florzinhas amarelinhas.

(Minha listinha de blogs sumiu, daí eu refiz. Se você desapareceu dela, por favor, me avise.)

domingo, 28 de outubro de 2012

Levando bolo (ou da solidão que me aflige)

(Eu deveria estar frilando, mas estou aqui, blogando.)

Quem lê meus posts, quem me vê de longe na vida deve pensar que eu sou a popular do pedaço. Não que meu blog seja bombante ou nada do tipo, mas é que aqui, com a graça do santo protetor das blogueiras (há de ter um desses!), só recebo elogios nos comentários (obrigada de verdade! Quem tem blog sabe o valor de um comentário), e aí parece que sou bacana, né? Na vida vista de longe, provavelmente também é um pouco assim, porque sou do tipo que não pesa na vida dos amigos porque não existe na vida dos amigos, do tipo que cresceu brincando de boneca em um prédio que só tinha adulto. E aí que eu aprendi a ser bem sozinha, como se não houvesse, na verdade, adultos no meu prédio, na minha rua, no meu quarteirão, na minha cidade. Sozinha.
Às vezes eu me importo muito com isso. Fico triste e me sentindo culpada por enfiar os pés pelas mãos quando o assunto é manter contato, cativar amigos para além do momento inicial. Outras vezes, porém, vou levando numa boa, achando bom ser meio Billy Idol porque a vida fica um pouco mais do meu jeito (afinal, "Well there's nothing to lose/And there's nothing to prove").
Acontece que desde que Arthur nasceu recebemos poucas visitas. E eu tenho ficado sentida com isso (hello, hormônios!). Muito pelo descaso das pessoas, que marcam milhares de coisas conosco ("querida, vamos aí neste fim de semana", "vamos fazer um passeio assim, assado dia tal?", "te ligo para combinarmos, sem falta") e somem, se esquecendo de que temos uma rotininha com o pequeno e, se a alteramos um pouquinho, corremos o risco de bagunçar o coreto e, depois, quem se lasca somos nós, eu e marido: ninando madrugada adentro, amamentando por horas a fio etc. Logo, se alteramos essa rotininha com Arthur é porque queremos partilhar este momento de alegria que vivemos com pessoas de quem gostamos. E a gente arrisca porque somos pais corujas e orgulhosos, porque estamos felizes, porque a gente acha que vale a pena. E às vezes não vale.
Não vale e eu volto a brincar sozinha de boneca, em um prédio só de adultos.

sábado, 27 de outubro de 2012

Sobre madrugadas e James Brown

Ontem tivemos a pior madrugada desde que Arthur nasceu. Nem quando ele era um recém-nascido petitico sofremos tanto, acordamos tanto, choramos tanto. Foi caótico. Ele, tadinho, estava com febre e dor, reação às vacinas de quarto mês.
Hoje, em compensação, tivemos a melhor madrugada desde que filhote nasceu. Ele mamou meia-noite, acordou para mamar somente seis da manhã e levantou de vez às dez. Dez da manhã! Marido, que não amamenta, dormiu dez horas seguidas. E isso porque foi se deitar à meia-noite! Puro luxo.
E aí, nessa montanha-russa do sono, fiquei pensando sobre noites em claro e noites de sono.

* Quando as pessoas me perguntam "E aí, como vão as coisas? E a vida de mãe? Sofrendo muito com as noites em claro?" eu sempre respondo que nem acho ruim passar as noites acordada, não. Isso porque Arthur acorda, me acorda e, assim, acordados, mas juntinhos, seguimos madrugadas adentro. No entanto, mãe maluca que sou, sei que quando meu pequeno tiver 18 anos e for para festinhas, ficarei tão acordada quanto agora, madrugadas sem conta, mas com o agravante de não saber onde ele está, se está bem, se está seguro. Agora, pelo menos, sei onde ele está e que está alimentado, seguro e feliz.


* Antes de eu engravidar escutava muito a ladainha dos que não têm filho ou dos que acham que a vida é plana como suas vidas, e tudo deve funcionar segundo os padrões já conhecidos (assim, quem gosta de sair, acha que todos do mundo gostam de sair; quem gosta de pêssego, acha um absurdo que existam pessoas que não gostem da fruta, etc.). Essa ladainha funciona assim (e todo mundo já escutou): vai ter filho agora? Sua vida social acabará, você não conseguirá mais sair de noite, nunca mais verá seus amigos, diga adeus para festas e coisas boas da vida, porque você passará noites e mais noites dando de mamar, trocando fraldas, esgotada, e esse  bebê vai sugar sua vida, lhe deixar sem opções, estressada, mal amada, infeliz... e por aí vai o trololó.
Trololó mesmo! E dos bons! Porque, confesso, não sinto a menor falta de festas, badalações e eventos sociais que terminem tarde, envolvam música alta, ambientes fechados, bebidas e muita fumaça. Não que eu não goste de uma festa e de vez em quando não lamente perder umas comemorações ou shows ou eventos noturnos que gostaria de ir. Mas é que é tão bom, mas tão bom passar madrugadas em claro, em um ambiente fechado (nosso quarto), com música alta (mas agora é MEC FM), cheirinho de bebida (leite materno na boquinha do meu filho) e muita alegria (Arthur a-do-ra dar altas risadas de noite e de madrugada, seja dormindo quanto na hora de trocar fralda), que nem ligo de perder baladas bafônicas. O foco é outro. A vida é outra. E se acordo todos os dias cansada, esgotada e exaurida, isso tem o mesmo sabor dos meus tempos de roqueira frenética, em que voltava para casa às dez da manhã, depois de dançar até quase morrer nas festas. É o gostinho de estar no lugar exato onde se queria estar.

E por isso, nesse dia especial (como são, na verdade, todos os dias com meu filho), acordei meio James Brown. Acordei feliz, feliz, feliz...

 

I feel so nice, so nice 'cause I got Arthur!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A angústia do anonimato


Como todos vocês sabem, Ártemis é meu pseudônimo para escrever este blog. Na minha família, temos alguma tradição no assunto, pois minha bisavó fazia versos em uma época que mulheres poetas não eram bem-vistas e/ou levadas a sério e minha avó foi atriz numa época em que ser atriz não era ocupação para "moças de família". Hoje, claro, as coisas melhoraram e meu anonimato não é necessário para escapar de opressões machistas e preconceituosas, mas sim para evitar constrangimentos (meus) em relação ao que falo por aqui.
Até onde eu saiba, existem seis pessoas que leem este blog e sabem meu nome: marido, minha melhor amiga, a Anna, duas amigas do mundo "real" que estão grávidas e uma que já é mamãe. Esta última vive me dando força para que eu divulgue o blog entre meus amigos do mundo não virtual e  generosamente elogia meus textos.
Fato é que muito do que escrevo aqui acaba envolvendo pessoas do meu convívio e tenho medo de que minhas palavras ofendam ou exponham. E sigo escondida atrás de um nome escolhido (Ártemis tem tudo a ver com parto, nascimento e vida selvagem!).
Porém, desde que Arthur nasceu, tenho tido muita pena de ficar escondida atrás de um nome fantasia que, se por um lado me garante a liberdade de falar o que quiser, como quiser e como quiser, por outro me prende à uma identidade que, embora bastante sincera (já disse que escrevo por aqui com o coração, sendo muito honesta com meus sentimentos e ideias), não está completa. Essa espécie de vida dupla que levo acaba me deixando muito cansada, já que não posso sair falando do meu blog, um espaço tão importante na minha vida, na minha vida não virtual. Isso cansa, minha gente.
Por outro lado, o que fazer? Existem coisas que escrevo aqui que não gostaria de sair divulgando mundo afora, mas, por outro lado, são informações, muitas vezes, interessantes para quem quer engravidar ou está lutando por um parto humanizado. Já pensei, como tentativa de solução, apagar ou editar os textos. Mas além de um trabalho cão, acho que muitas coisas que escrevo têm valor sentimental para mim, um pedacinho da minha vida, e deixar os textos que representam esses momentos nos rascunhos seria doloroso para mim e, para completar, acho que o blog perderia uma "unidade" conseguida nessa coisa de autorreferenciação.
E aí, sigo aqui, angustiada com o anonimato, angustiada com a possibilidade de sair dele. Pensando muito no que a Anne Rammi disse uma vez.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Garota (seminua) de Ipanema

Então que eu moro no Rio de Janeiro (esta semana: Hell de Janeiro, porque ô calor dos infernos, minha gente!). Então que eu precisei ir à Ipanema hoje. Hoje, justo hoje, quando raios, relâmpagos, trovões (e sei lá qual a diferença entre eles - sou carioca e só sei a diferença entre o charme e o funk, nada de diferenças entre coisas que nublam e fazem chover) riscaram o horizonte. Eu, de sling, numa roupa semi-adequada para amamentar (ô dificuldade de encontrar roupas dignas para amamentar, né?), carregando bolsa de um lado e guarda-chuvão do outro em meio aos carros... Opa! Guarda-chuva? É, eu esqueci o guarda-chuva na loja de sucos em que "jantei". Daí, marido foi lá, solícito e pimpante, resgatar o apetrecho.
Só que Arthur bolou no sling, tentou dar um duplo twist carpado para frente e fui obrigada a segurá-lo na bocada. Sabem como é? Sacar a peitola para fora e espetar na boca da criança quando ela entoa o "AAAhhhh" da revolta. Então, pego pela bocada, Arthur se acalmou e ficamos, no meio da rua, em Ipanema, mamando. Tudo muito bom, tudo muito bem e marido conseguiu resgatar o guarda-chuvão. Fomos, então, caminhando rumo ao carro.
Já pertinho do veículo, Arthur achou muito lindo, oh, meu Deus, que coisa bela umas luzes de Natal (oi? Já é Natal na Leader Magazine!) e parou de mamar para admirá-las. Já estou acostumada à essa exposição do peitinho sem cachê milionário da Playboy e me resignei, tentando dar aquela viradinha marota quando dois homens com cara de taradões vieram em nossa direção. Taradões fora da área, continuamos a caminhada até a porta do carro - e aí Arthur já tinha desencanado das luzes, do peitinho, e queria mesmo era dar um belo arroto. Coloquei filhote na vertical, ele arrotou, abri a porta do carro, amarrei o menino na cadeira elétrica, digo, na cadeirinha do carro e dei a volta para me sentar no meu lugar.
Já dentro do carro noto uma sensibilidade mamilar pouco comum e... peitinho de fora. Exposto, escancarado, para taradões e carolas, no meio de Ipanema, desde que Arthur quis arrotar. Só digo uma coisa: ainda bem que não estávamos a pé, se não faria exposição do peitinho por todo o Rio de Janeiro!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Uma rapidinha com amor

Meninas lindas do meu coração! Obrigada, obrigada, obrigada!
Me senti acolhida, compreendida e amada. Ainda na lama da culpa e da angústia de ficar longe do pequeno. Mas muito mais querida porque vocês sabem o que estou passando.
Infelizmente não posso abrir mão do meu trabalho. Tanto em termos financeiros quanto devido às minhas ambições pessoais (vou ser mais feliz se for mais que mãe, embora quisesse poder fazer uma pausa maior que os meros 4 meses a que tive direito).

Essa postagem rapidinha (mas com amor) também é para dizer que essa vida selvagem daqui de casa tem novidade: Arthur e eu entramos no rol das mamães e bebês dietéticos. A intolerância à proteína do leite está aí para provar que somos mamíferos, porém deveríamos beber o NOSSO leite (papo para outro dia, prometo). Nada de leite de vaca em casa. Sofrendo só por causa do chocolate. Oh, céus! Tá, e também por causa do pão de queijo. Mas vamos que vamos e prometo vir aqui ainda essa semana comentar mais sobre a ida do Arthur para a creche.

sábado, 20 de outubro de 2012

Por onde andei, quanto me perdi

Minhas fiéis escudeiras, amigas e seguidoras Anna e Lilian, sumi, né? E nem respondi a vocês e a Jacqueline sobre as dicas da cadeirinha. Que feio!
Mas então: Arthur odeia a cadeirinha. Tem um cachorrinho e uma bola pendurados no raio da cadeirinha, mas se distrai por poucos minutos. Tentamos vasto repertório musical e radiofônico (programas de entrevistas, narrações de jogos, "No divã do Gikovate" etc.). Arthur não curte nada. Só o som insuportável do útero. Masssss... descobrimos que durante o dia ele costuma ficar muito bem no carro. Vai ver tem medo de escuro ou já está meio jururu por causa do cansaço do dia.Vai saber? Agora, priorizamos passeios de carro pela manhã.

Mas é óbvio que eu sumi e não foi por conta do meu filho em guerra com as formigas imaginárias (mais ou menos) e nem por causa do fim da OiOiOi.
Eu sumi porque minha vida entrou num turbilhão louco, insano, doidinho, e não dei conta (e continuo não conseguindo dar conta).
Em primeiro lugar, voltei a trabalhar como frila. Foi preciso porque vem a creche (e que facada!), vem o cartão de crédito com as roupinhas que comprei (que facada!) e vem o Arthur tomando mamadeira porque eu volto a trabalhar em novembro (que facada!). Com isso, morri financeiramente já no 5º dia do mês.
(Vendo textos, baratinho. Tratar aqui.)
Em segundo lugar, marido viajou, fiquei sozinha com Arthur e minha mãe. Eu tenho um relacionamento muito, muito, muito difícil com minha mãe. E a semana sem marido foi tensa de saudades e de desencontros familiares.
Marido voltou e, vejam só!, fez aniversário, passou num concurso e deu festa em casa para comemorar as alegrias. Tudo ao mesmo tempo. Pirei nos improvisos, nos frilas atrasados, na festa que não tem minha presença porque Arthur dorme 20h e eu vou junto (e continuo sem beber cerveja, neam?), nos dinheiros, nos desentendimentos avozísticos e no drama master da volta à labuta.
Posso chorar um 'cadinho?
[snif]

pronto (ou quase).

[vou chorar mais um pouquinho, tá?]

Fico sentada, vendo meu filho brincar no tapetinho de atividades que me custou os olhos da cara (mas promete o Eldorado do desenvolvimento cognitivo) e que vou pagar em 12X com juros no cartão, que vence dia 20, mesmo dia em que entrego o frila (mas só recebo 15 dias depois). E aí eu tenho vontade de chorar porque, se ele chora de lá, eu estou cá para afagá-lo e dar de mamar. Mas daqui a menos de um mês não vou estar, de segunda a sexta, nem lá nem cá. E ele terá uma "tia" no berçário, e uma mamadeira (com leite materno, se eu conseguir fazer um estoque. Vocês já viram o preço das bombinhas elétricas? De onde vou tirar dinheiro para alugar ou comprar uma?). Será que vão acudi-lo quando ele reclamar? Será que ele vai se sentir menos amado? Dói no meu coração pensar que ficarei tanto tempo longe dele e, quando for buscá-lo, meu filho, alma boa, pura, linda, vai RIR PARA MIM, quando eu merecia era um tapa na fuça por ter insistido em ter um filho, mesmo sabendo que teria de deixá-lo na creche aos 5 meses. E eu choro sem lágrimas. E penso: um milhão de vezes parir sem anestesia, um bilhão de vezes mastite, cisto no mamilo, monília, bicos rachados. Nada é páreo para esta dor: estar longe do Arthur.

[snif]

Arthur dorme grudado em mim. Eu amo. Eu o amo.
Amamentar está quase indolor. Já ordenhei 140ml de leite, mas preciso, segundo consta, de 400ml diários. Alfafa ajuda, me disseram. Também o "Chá da mamãe", da Weleda. Extrato de algodão, reza a lenda, é porreta.
Arthur passou por dias difíceis: dormiu mal, mamou mal, chorou sentido. Sente minhas dores? Acho que o maldito refluxo ajudou. E o salto de desenvolvimento. Ele aprendeu a gargalhar (e tão lindo que é, resolveu não causar ciúmes em casa e o fez para o nosso cachorro). Ele aprendeu a rolar. Levamos ao pediatra e na receita estava escrito: "Agora podemos usar o bebê-conforto e o sling." Porra! Não podia antes?! Devia ter sido avisada na primeira consulta: vamos liberando apetrechos aos poucos, viu? Mas não: fiz cara de paisagem, com Arthur no sling desde 7 dias de vida e no bebê-conforto desde o primeiro dia. Resultado? Rola, gargalha e senta com apoio. Aos quatro meses. O pediatra falou: " é, ele está mesmo bem durinho!"
Quase uma da manhã. Marido bebendo com poucos amigos na varanda de casa. Merda. Poucos têm filhos. Fazem muito barulho, e eu preciso ficar enfurnada no quarto, com Arthur, que só dorme grudado em mim (e eu amo!), com a porcaria do barulho infernal ligado, para abafar os ruídos externos. Sabiam que eu nem ouço mais essa barulheira? Durmo e tudo com o útero e o coração bombeando o sangue de alguém. Mas o que me angustia mesmo é que faltam poucos dias para eu voltar ao trabalho e ficar nove horas (até ele completar 6 meses serão "apenas" oito horas) longe do meu filho tão lindo, tão perfeito.

E aí, eu entro aqui no meu cantinho e vejo que as pessoas sentiram minha falta. Que apesar dos comentários modestos em quantidade, pessoas se interessam, se preocupam, querem saber, torcem, ajudam. Dá vontade de fazer um teste de gravidez, porque ando mais sensível que dente lascado, mas não é bebê no forno, não. É bebê nos braços. Choro, choro, choro. Mas sem lágrimas, porque desde que Arthur nasceu pareço uma fortaleza. Ninguém mexe com a minha cria. NInguém contesta minhas escolhas. Mas ele vai para a creche. Tão vendo o drama? A droga? O desgaste? CRECHE. Muito boa, bonita, limpa, bom programa pedagógico, referências. Mas não é meu colo, meu aconchego, meu peito, meu cheiro.
E aí penso: preciso do meu emprego para pagar as contas. Acontece que trabalhando, gero mais uma despesa, a creche, e preciso trabalhar mais. E, de certo modo, lá se vão mais horas longe do filhote, preocupada com outras coisas que não são tão importantes assim, afinal. (Já dizia Pessoa que "o sol doira sem literatura".)

Me lasco. Sofro. Não durmo e sumo.
Vocês perdoam esse post loucão, essa autora loucona e todo o sumiço e o mimimi? Aceito abraços e beijos e cafunés.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sentadinho no formigueiro

Sentadinho no formigueiro, Arthur berrava. Arqueava o corpinho, ficava com o rostinho vermelho, urrava. O formigueiro, é claro, é imaginário, e eu chamo de cadeirinha do carro. Não há calçamento de paralelepípedo, buraco no asfalto ou pista livre de sinais que o faça relaxar e dormir, como 99,9% dos bebês fazem.
Isso é frustrante para mim, que além de adorar dar uma voltinha, de amar viajar para a casa de campo e de curtir muito conhecer novos lugares, também estava aprendendo a dirigir (já tenho carteira, mas nunca tive coragem de usar o carro... shame on me!). Já tentou dirigir enquanto seu filho é atacado por formigas carnívoras sedentas por sangue humano? És fueda! Não há espelho retrovisor que garanta uma boa direção e nem rádio que minore o som ensurdecedor.
Minha solução Tabajara foi colocar o cd com o afamado barulhinho do útero também no som do carro. E seguimos, meio surdos, completamente incomunicáveis: eu e marido (no banco do carona), e filhote e suas formigas imaginárias.

Alguém aí tem uma luz? Uma palavra de apoio? Um relato parecido? Um Baygon?