sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ideias avulsas para a festa de 1 ano

Cores: azul e vermelho

Decoração consumível. Sem tranqueiras para juntar pó em casa (na minha ou na dos outros) depois.

Papel. Comidinha. Amor.

Cozinhar tudo sozinha? Contratar buffet?

Sem refri. Sem muito açúcar. Muita coisa sem leite e derivados.

Lembrancinhas especiais, handmade.

Queria filmar, mas estou sem dinheiro, e essas coisas de vídeo são caras. (Aliás, até hoje o vídeo do meu casamento tem só material bruto. Preciso arrumar alguém para editar logo isso!)

Quem tirará fotos?

Painel de fotos dos 12 meses.

Exibição das fotos impressionistas do parto. Vai ser um espetáculo!

Ideias mirabolantes com as comidas. Depois, se derem certo, venho postar. Mirabolantes mesmo!

Comemorarei o aniversário do filhote no dia do meu aniversário! Olhem que amor!

Sem música alta. Sem música de criança. Sem microfone. Sem animadores. Sem balbúrdia desnecessária. Sem (muitas) bolas.

Mais uma vez criando um evento trabalhosamente artesanal (casamento foi assim).

Começou com 200 convivas. Agora estamos com uma listinha de 80.

Animada. Muito animada.

1 ano do meu amor. 1 ano de muitas descobertas e alegrias. 1 ano inesquecível!

Juro de pés juntos que venho postar algumas fotinhos depois. Mas a festa é só no fim de junho, tá?

Aceito dicas, sugestões e indicações de coisas fofas, que funcionem em festinhas, que sejam práticas etc.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O sono do vizinho é sempre mais tranquilinho

Eu estava feliz.
Arthur dorme bem. Tem uma rotininha bem estabelecida, indo para a cama entre 19 e 20h, todos os dias, e adormece relativamente fácil. Só dorme no peito. Comigo. Acorda 21h, 23h, 00h, 03h e 05h. Às vezes pula uma acordada dessas, às vezes tem o soninho inicial mais agitado, acordando de hora em hora até meia-noite. Mas eu achava tudo isso digno e bem tranquilo.
Sem contar que ele tira sonecas comigo na parte da manhã ou de tardinha, então eu durmo picadinho, mas durmo.
Daí, hoje, fui passear com pessoas queridas que também têm filho. O bebê é dois meses mais novo que Arthur. Lindo! Fofo! Doce!
Daí, lá pelas 11h os dois começaram a esfregar olhinhos, dar aquela reclamadinha e a pedir colinho. Sono. Eu lasquei Arthur no peito e me levantei para ver se o balancinho ajudava a embalá-lo (ele não precisa desse recurso, mas achei que ali seria válido, já que ele estava excitadíssimo com as novidades todas). Do outro lado, o pai do outro bebê colocou ele no colo, deu umas chacoalhadas e finalizou o moleque. Pá! Dormindo.
E Arthur nada. Queria ver o mundo e as folhas do jardim que balançavam ao vento (♥).
Então o pai do menino ficou cansado de segurá-lo no colo: sentou-se no tapetinho de atividades, estendeu uma manta e pousou o bebê. Que acordou. Abriu os olhos, se remexeu, virou-se e revirou-se e olhou bem onde estava. Daí o pai foi lá, colocou a chupeta na boca do filho, fez um carinho e saiu de perto. O bebê amigo do Arthur se ajeitou, fechou os olhinhos e... DORMIU.
Sozinho.
Vou repetir: dormiu SOZINHO.
Mais uma vez: dormiu sozinho. Fechou os olhos e PLUFT. Capotou.

E Arthur nada.
Sabe como eu me senti depois disso? Feliz.
Ué, e aquele verbo no passado ali no começo?
Estratégia narrativa, confesso.
;-)

Ainda estou feliz porque, depois de pensar um pouquinho sobre a situação, concluí que o sono do Arthur, embora tenha um padrão beeeeem diferente do do amigo, nunca foi uma questão para mim. Então, por que agora deveria passar a ser? Não faz sentido, faz? Então desencanei e fui para casa, ninar Arthur fora do frenesi das novidades e estímulos, e ele dormiu por três horas seguidas, depois, às 19h20 capotou para seu sono revigorante até amanhã de manhã. Já acordou, claro, duas vezes (e são apenas 20h50). Mas tô aqui, blogando, flanando no Facebook, procrastinando o frila que preciso entregar na segunda. Ou seja, tudo lindo!

Daí, como eu estou aqui flanando, com tempo, vida ganha, nada para fazer (cof! cof! cof!), pensei mais um pouco sobre essa questão toda de comparações entre bebês e pessoas.
Senta que lá vem a verborragia!

Nunca gostei de comparar Arthur com ninguém. Acho que sobretudo porque sempre me comparei muito às demais pessoas do mundo, e como sempre fui bastante diferente (quem não é, na verdade?), me sentia muitas vezes "perdedora". Perdedora de uma competição que eu mesma tinha inventado e cujas regras eram criadas por quem? Por quem? Por mim mesma! Pô, que coisa mais dura é criar um jogo em que você só pode perder. E só pode perder porque suas regras sempre são pautadas em duas coisas muito importantes (e também bastante imparciais): 1) aquilo que lhe incomoda; 2) o conhecimento profundo de como você realmente pensa/age/sente. Cara, na boa, olha que bodega! Você se sente incomodada porque tem um defeito. Tipo celulite. Quem aí tem celulite e se incomoda com elas? Ok. Aí você começa a se comparar com outras mulheres, na rua, na fazenda, na Caras, e claro que acaba quase sempre perdendo. Por quê? Porque as outras mulheres ou não se importam (ou fingem não se importar, o que dá no mesmo nesse caso) com os furinhos, ou elas "não têm" (na verdade, elas não mostram porque escolhem bem as roupas, ou não vão à praia de biquíni micro, ou as fotos estão cheias de Photoshop). E aí, você, que conhece seu corpo do avesso, que se incomoda horrores com a porcaria da celulite, perdeu no próprio jogo.
Cruel, né?
Mas quem nunca?
Eu, o tempo todo.
Daí que quando Arthur surgiu na minha vida eu decidi que não seria mais assim, porque eu queria curtir: a vida, minha gravidez, minha família, o nascimento dele, o parto, o puerpério, meu filho, minhas descobertas, nossas alegrias e tristezas, que, afinal, são nossas.
Claro que escorrego de vez em quando. Tipo hoje, com relação ao padrão de sono, ou mesmo em relação ao tamanho/peso dos amigos (Arthur é dois meses mais velho, mas é mais de 1kg mais leve que o amigo, e alguns centímetros menor).
Eu, porém, tento ficar alerta, porque não quero ser injusta com meu filho lindo, tão esperto, tão esperado, tão amado e tão ÚNICO.
E aí, voltando para casa, com marido, filho e pensamentos ao meu redor, percebi que Arthur tem 11 meses e já anda. Mas esse mesmo Arthur tem os mesmos 11 meses e não come direito. E que assim como ele vai ter habilidades e aptidões desenvolvidas e rapidamente conquistadas, também vai ter dificuldades e conquistas mais demoradas. E sabem? Eu vou amar meu filho igualzinho. E vou lutar para fazê-lo feliz do mesmo jeito. Então, mais importante, para mim, do que comparar, é observar: meu filho tem tantas características carismáticas e deliciosas, que fico encantada por ter parido um serzinho delícia como ele é. E tenho certeza de que todas as mães vão concordar comigo, porque se pararmos de parear "feitos" e tamanhos, iremos descobrir pessoinhas tão lindas, pessoinhas em franco desenvolvimento e, mais ainda, pessoinhas em nos permitem entrar também em franco desenvolvimento.
Com isso, desejo um ótimo feriadão para todo mundo. Vão à praia, com ou sem celulite! Curtam seus filhos, acordando a madrugada toda ou com bebês auto-ninantes. Amem! Vivam! Porque só vale a pena de verdade quando nos entregamos profundamente.

(Ih, acordou de novo!)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Mãe maluca, filho sem palhaçada

Vocês sabem que toda creche tem uma mãe maluca, né? Então, eu tenho certeza de que sou a mãe maluca da creche do Arthur.
Eu chego de sling (e tenho sling de tudo quanto é jeito: wrap, argola, tipoia, só me falta a mochilinha), mando todo santo dia meu potinho de LM congelado, a mamadeira do Arthur é cheia de nove horas para ele não desmamar, quando pediram para mandar copinho de treinamento eu mandei, mas sem tampa (de propósito, óbvio!) e assim sigo lutando contra o sistema na instituição social de poder por excelência: a escola que normatiza e socializa o indivíduo.
Daí, na semana passada, veio um panfleto colado na agenda. Papel couché, muitas cores, um texto de vendedor pittbull tentando me convencer que o evento que se anunciava ali era bacana. Eu li, reli e não acreditando no que meus olhos viam, mostrei para marido, que também bestificou. (É, ele é o pai maluco da creche!)
O evento que anunciava-se como a grande maravilha das maravilhas era o show de uma dupla de palhaços, que aconteceria das 13 às 15h, na creche-escola, sem custos para os pais, pois a contrapartida seria a divulgação do kit com DVD + miniaturas dos palhaços, à disposição para compra nas dependências da escola até uma semana depois do evento.
Gonguei na hora. E marido endossou.
Por vários motivos.
Em primeiríssimo lugar, não gosto da ideia de que as pessoas encarem meu filho como um consumidor em potencial. Eu me preocupo muitíssimo com o consumismo infantil (sobretudo agora, indo morar em um dos países que mais incentiva o consumo) e sei que meu papel de mãe é, entre outras coisas, proteger meu filho. E, sim, as crianças precisam ser protegidas das campanhas e estratégias de vendas agressivamente apelativas, que se valem da vulnerabilidade infantil para multiplicar cifras e oferecem produtos de qualidade duvidosa e criam hábitos nem sempre saudáveis. Achei ardiloso que se ofereça um show "gratuito" em troca da divulgação de um produto diretamente ligado a esse show, pois as crianças, vulneráveis, se tornam consumidores quase certos do tal kit. Além disso, a estratégia parece ardilosa também para com os pais, que confiam na escola e em seu ambiente para a educação de seus filhos e, portanto, sob o guarda-chuva da instituição que valida e credita o evento, creem de boa-fé que aquilo será benéfico a seus filhos. Afinal, que mal há em um espetáculo musical com uma dupla de palhaços?
Bom, para mim e meu marido, além de haver a ideia de que meu filhote, de apenas 11 meses, é um consumidor em potencial, também houve a possibilidade de expor meu filho a uma atração que poderia causar nele estímulos que considero excessivamente precoces: associação de músicas a marcas (a tal dupla de palhaços, afinal, é uma marca, com diversos produtos licenciados em seu nome!), associação de prazer e alegria a produtos e consumo e, por fim, a compreensão de que a diversão precisa ser barulhenta e altamente produzida. Além disso, me causa pavor a ideia de que pudesse estranhar as pinturas, os gestos, o barulho e as fantasias e se sentisse desnecessariamente desamparado, tendo de lidar com medo, ansiedade e angústia sem o conforto da mamãe por perto (claro que sei que Arthur, em algum momento da vida dele passará por situações desse nível sem ter a mamãe por perto; claro que eu sei que ele já pode, inclusive, ter experimentado isso na creche, tendo se assustado com qualquer coisa ou se sentido sozinho e desamparado; mas a questão toda é: se posso evitar, por que vou expô-lo espontaneamente a isso?).
E por fim, como se não bastasse tudo isso que acabei de apresentar, o tal evento trazia o patrocínio de um refresco em pó (corante + açúcar + aroma artificial? Não, obrigada. Nesses refrescos, a única coisa saudável é justamente a parte que não vem neles e que precisa ser acrescentada: a água) - e eu me recuso a frequentar ou consumir produtos, eventos e marcas com patrocínios com os quais não concordo ou que ferem minha filosofia de vida -, e, cereja do sundae, vinha com uma frasezinha no panfleto: "Deus é fiel!"
Sou ateia e respeito absolutamente todas as escolhas religiosas. Não concordo com algumas práticas em determinadas religiões, mas acho que cada ser humano na face da terra é livre para escolher no que quer acreditar ou no que não quer acreditar. Cada pessoa é senhora de si, e nada nem ninguém deve forçar que crenças ou valores sejam impostos ou reprimidos.
Assim, como eu poderia achar bacana que um evento, numa só tacada, trouxesse para o meu filho a possibilidade de: incentivar nele o consumo; atrelar momentos de prazer a marcas e produtos; apresentar a ele outros produtos que se vendem como inócuos, mas que induzem a uma alimentação desequilibrada e vazia de nutrientes; impor a ele qualquer prática religiosa, sendo que é minha escolha mantê-lo livre, porém informado, a respeito de vivências religiosas e/ou espirituais.
Preciso dizer que foi um alívio muito grande saber que em breve Arthur não precisará mais ficar na creche, pois esta me parece ser a ponta do iceberg das frustrações em relação a esta instituição. Outras práticas, claro, já haviam me deixado incomodada, mas foi realmente decepcionante ver que a escola autorizou o evento, que as outras mães não acharam nada demais nisso e, sobretudo, que eu tenha ido reclamar na diretoria e tenha escutado que "as crianças mais velhas vão ficar malucas".
Bom, se o objetivo da creche era deixar as pessoas malucas, comigo funcionou direitinho!
E lá fui eu hoje, de sling, com meus potinhos de LM congelado e mamadeira anti-desmame, copo de treinamento sem tampa, escova de dentes sem pasta e colar de âmbar para a dentição explicar que estava buscando o menino mais cedo por um posicionamento político, que me fazia discordar da exposição precoce ao consumismo e blá-blá-blá. As cuidadoras riram um pouco, porque, afinal, eu sou a mãe maluca. Mas acho que no fim das contas elas entenderam direitinho quando eu disse, para completar tudo, que, na minha humilde opinião, muito melhor e mais bacana do que ter palhaços vendedores de DVD fazendo um show altamente produzido, era mesmo o carinho que elas têm com meu pequeno, entretendo-o e estimulando-o todos os dias. Aí, elas riram diferente. E acho que nem me acharam tão maluca assim.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Carinho de marido: cada uma tem o que merece!

Ontem foi um dia difícil. Arthur e seus seis dentes ficaram doentes, com febre, enjoo, dores, muito catarro e chororô. All day long. All night long. Em poucas palavras: do peito pro colo, do colo pro peito, e só servia a mamãe.
No fim da jornada (e estamos assim desde segunda, minha gente!), eu estava em frangalhos. Daí deitei-me, sorri para marido, pedi um carinho. Ele sorriu de volta, abriu os braços para me receber e, assim que minha cabeça pousou no travesseiro, ele disse, com todo seu amor:
- A barata diz que tem sete saias de filó...

É, povo, cada um tem o marido e o carinho que merece!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

11 verdades sobre meu bebê de 11 meses


Cansada dos pitacos alheios na sua vida, na vida do seu bebê e no que mais possa ser pitacado? Bora desopilar comigo nessas onze verdades bem verdadeiras que eu tenho vontade de falar para uma penca de gente (mas que em 99% das vezes noblesse oblige engolir com cara de feliz):

1) O leite materno continua a ser o principal alimento. Sopinha, frutinha, suquinho, qualquerzinha coisinha que vocêzinha oferecinha a ele será COMPLEMENTAR. Meu filho não está e nem ficará desnutrido porque não quer a porcaria da papinha.
2) Ainda é bacana lavar a sua mão antes de tocar o meu bebê. Nem sempre é possível ou necessário, ok. Mas ainda é bacana e delicado oferecer ou fazer.
3) Não, não pode dar NADA de comer sem minha expressa autorização.
4) Não, não pode se meter na nossa educação. Afinal, quem acorda de madrugada para amamentar SOMOS NÓS (a saber: eu e marido). Quem cuida quando está doentinho SOMOS NÓS. Quem paga a creche, as roupas, as fraldas e tudo mais SOMOS NÓS.
5) Ele ainda precisa de silêncio para dormir de noite.
6) Ele dorme cedo. Então para de achar que o mundo gira em volta da porcaria do seu umbigo e NÃO TELEFONE DEPOIS DAS 19h!
7) Banho de perfume continua incomodando. Não é uma questão de idade, mas de nariz (se você não tem olfato, deve ser fumante, então é favor duplo ficar a pelo menos um quilômetro do meu filho).
8) Ele não se parece com fulaninho, primo torto do marido, nem com a beltraninha, irmã de criação da minha tia-avó. É favor não rotular, sobretudo atitudes universalmente bebezísticas, como puxar cabelos, gostar de colares ou chorar no colo de estranhos.
9) Ele não é robô, então se não quiser dar tchauzinho, mandar beijinho, fazer dancinha ou qualquer outra gracinha linda que ele já sabe fazer, não insista.
10) Eu vou "mal" acostumá-lo com todo colo, amor, carinho, respeito e dedicação integral que eu puder oferecer. Quando você tiver os seus filhos, você faz do jeito que melhor lhe aprouver.
11) NÃO FUME PERTO DO MEU FILHO!

Um beijo, galera sem-noção dos meus círculos sociais!

(Obviamente não estou dando nenhuma indireta para quem lê meu blog e, além disso, o que me irrita é o comportamento repetidamente sem-noção e combinado. Ou seja, a pessoa repete, repete, repete, repete e, quase sempre, mais de 3 dos tópicos acima listados. E, exceto pelo cigarro, às vezes todas nós, mães ou não, damos aquela escorregada e acabamos enchendo a paciência da amiga, da vizinha, da prima, né? Mas valeu para desabafar. Tô mais leve!)

domingo, 19 de maio de 2013

Bolo de chocolate pró-APLV!

Sei que tem gente que passa por aqui (né, dona Thais?) e que tem filhote com APLV. Como a vida com restrições pode parecer assustadoramente monótona e sem graça, venho aqui compartilhar minha receita de bolo de chocolate (com calda e tudo!) sem leite!
Atenção: não sou nutricionista e nem médica, portanto, se a alergia do seu filhote for severa, consulte seu médico ou nutricionista antes de consumi-la, ok?

Bolo Meu Filho Tem APLV Mas Eu Como Chocolate

Até meio soladinho fica uma delííííícia!
(Ah, e pode cozinhar em potinhos charmosos, como eu fiz.)

2 ovos inteiros
1 xícara de chá de farinha de trigo (eu uso integral)
1 xícara de chá de açúcar (eu uso o demerara)
1 xícara de chá de chocolate em pó (eu uso cacau em pó, sem açúcar)
1 xícara de chá de óleo (eu uso óleo de canola)
1 xícara de chá de leite de soja (que será amornado)
1 tablete grande de chocolate amargo sem leite (opcional - eu uso o Garoto meio amargo, que contém traços de leite, mas Arthur suporta traços de leite).
Granulado de chocolate a gosto (opcional - sempre verifique se leva leite nos ingredientes)

Numa tigela misture todos os ingredientes, exceto o leite, e mexa muito bem, até formar uma massa homogênea.
Amorne o leite e incorpore-o aos poucos à massa, sempre mexendo bem.
Unte 4 xícaras baixas e polvilhe-as com farinha (eu costumo polvilhar com chocolate em pó, para manter a temática e enfiar o pé bem fundo na jaca!).
Coloque a massa pronta nas xícaras, mas não encha até a boca! Deixando o espaço equivalente a 1 dedo (porque o bolo dá uma crescidinha durante o cozimento e depois muuuurcha. Uma beleza!).
Coloque no microondas, uma xícara de cada vez, na potência máxima, por 2 minutinhos.
Derreta o tablete de chocolate em banho-maria.
Quando o bolo cozinhar, retire com cuidado do microondas, passe o chocolate derretido e enfeite com, adivinhem?, chocolate granulado!

Rende: 4 porções, muito prazer, alguma culpa e uns 10 km de corrida para perder as banhas depois.
=)

(Receita original daqui ó - na receita original falam em 2 xícaras de chocolate, mas quando eu fiz com essa medida, o bolo deu uma "soladinha", não sei se por conta da farinha integral.)



sábado, 18 de maio de 2013

Mas que lindo joelhinho!

Marido e eu fomos fazer o que, a julgar pela fila quilométrica, 99% dos cariocas fazem num sábado chuvoso: compras no supermercado.
É que eu ando numa tara por bolo de chocolate (sim, minha gente! Existe vida feliz e achocolatada no mundo APLV!) e precisava repor o estoque de açúcar demerara e cacau em pó.
Daí, na volta, Arthur capotado no sling, marido e eu conversando alegremente sobre amenidades, até que...
– Marido, aquela moça está levando um bebê naquela bicicleta de aluguel?
– Nãããoooo... É o decote da blusa dela que parece uma cabeça.
– Ah, bom... Mas olha, acho que tem um bebê, sim. Ali embaixo, olha!
– Nossa, é mesmo! Ela está até beijando a cabecinha dele!
– É.
– Não, pera, Ártemis, aquilo é o joelho dela!
– Tem certeza?
– Absoluta.
E passamos ao lado da cidadã. E era mesmo o JOELHO.

Agora me expliquem: por que raios ela beijou o próprio joelho bem no meio da rua? E se ela tiver um filho, demonstrando toda essa afetividade para com seu joelhito, ficará ela magoada se lhe disserem que o bebê tem cara de joelho?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Onze meses

As mãos gorduchas não prendem mais no reflexo: acertam, manipulam, refinam a coordenação e arrastam meu olhar para os detalhes que passam correndo nesta vida: a poeira, o grão, o mínimo. Como tão pequena semente engolfa minha vida desse jeito? Como tão minúscula musculatura provoca espasmos tão intensos, instiga, belisca, bate e aperta bem forte meu peito, meu corpo, minhas emoções?
Onze meses, meu filho. Onze meses parece a crise dos trinta anos: uma nostalgia de uma vida distante, uma saudade daquelas vivências loucas e intensas do tempo de recém-nascido e certo medo do que vem pela frente, não pelo que viverei, mas medo de deixar de viver porque tendemos a esquecer os detalhes.
Filho, mamãe é terrível com datas e marcos, não se lembra de anotar quase nada. Por um lado porque estou vivendo os momentos e não catalogando-os em coleções de números e letras; por outro lado porque as transformações são sutis: levanta-se num dia, no outro fica mais meio segundo de pé, até que dá um passo, depois outro: quando começou a andar? Com dez meses é certo, mas sem dia definido e definitivo (talvez porque dentro do andar está o devir). Quando começou a sorrir? Quando engatinhou? Sentou-se? Comeu? É bom, sob certo aspecto, que se um dia vier um irmãozinho teu, não haverá comparações desonestas (desonestas porque impossíveis! Como comparar pessoas diferentes e com habilidades e interesses diferentes?). Mas fica o medo de tudo ser estrangulado pela linha do tempo que torna tudo grande (gente grande, tarefas grandes, fases) e deixa fugir o detalhe.
E você, com as mãozinhas gorduchas, futucando o chão em busca de migalhas do cotidiano, me dá uma dor e uma lição: que eu saiba selecionar, conter e dedicar-me minuciosamente ao pequeno, que das pequenas migalhas cotidianas é que é feita a vida.
Meu filho, onze meses, quase um ano: meu melhor.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

É muita ironia...

... que no exato dia que seu filho decide que vai dormir por CINCO horas seguidas pela primeiríssima vez na vida dele você tenha uma porcaria de insônia do cacete!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Vai!

Arthur está andando. Assim. Na lata. No princípio com passinhos tímidos, um equilíbrio bípede que começou da noite para o dia (mesmo!) e um engatinhar veloz. Pronto! Levantou-se e andou.
Em paralelo a isto, meu bebê-delícia virou o bebê-delícia-peste! Ele faz todas as besteiras sendo a delícia risonha e fofa que é. Tipo enfiando o dedo na tomada e rindo, mordendo (literalmente!) o rabo do cachorro e fazendo charminho, engatinhando para se apoiar no fogão aceso (claro que a gente intervém e não o deixa concretizar o plano!), pegando os fios do computador para morder, querendo jogar bibelôs frágeis no chão, buscando a varanda como se ali fosse o lugar mais fantástico do mundo inteiro, escalando o móvel da televisão enquanto balbucia seu bá-bá-bá-dá.
A atenção anda redobrada e ele anda. Explora, se desafia, busca encontrar seu espaço nesse mundão grandão e fascinante.
Daí, dia 9, tendo ele dormido bastante antes de ir para creche, recebo o seguinte recadinho na agenda: "Arthur hoje estava com a corda toda." Em outras palavras, ele tocou o terror na creche! Pulou, brincou, se jogou nas almofadas, se esbaldou com brinquedinhos, amiguinhos e, claro!, comidinhas. Já em casa e marido disse que aprontou altas confusões e aventuras antes de eu chegar do trabalho. Quando me viu, como sempre acontece, só quis saber de mamar e dormir!
De lá para cá, ele tem andado MESMO. E ele é um serzinho fofo e corajoso, do tipo que estabelece um objetivo (geralmente um que não pode ou não deve, tipo o fogão aceso e a varanda) e se joga! Vai em frente com seu andar ainda instável, mas feliz da vida porque, embora não muito firme, é o seu andar. Sua conquista. Sua propriedade. Sua escolha.
E a mãe babona aqui fica torcendo para que ele cresça livre assim: para escolher o que quiser e, a partir de seus próprios passos - que embora nem sempre uns muito bons, eficientes ou mesmo firmes, serão SEUS -, vença o espaço perigosamente vazio entre ele e seus sonhos.
Filho, vai que eu te apoio e garanto a sua segurança até onde me for possível!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Feliz dia das mães

Certeza. Se eu pudesse pedir uma única coisa de presente para o dia das mães (e quiçá para aniversários, natais e outras efemérides consumistas), eu pediria para ter certeza!
Certeza de que a roupinha que coloquei na mochila da creche vai ser boa para aquele dia e ele não vai sentir frio ou calor, certeza de que ele mamou o suficiente, de que eu entendi o que ele quer e o atendi direitinho (e ele, portanto, não sente qualquer desconforto físico ou emocional), certeza de que ele está crescendo e se desenvolvendo. Queria certeza de que estou atendendo às demandas que meu filho tem, certeza de que vou ter dinheiro para  sustentar um padrão de vida confortável para todos da família, certeza de que estou criando uma pessoa segura e confiante porque muito amada e compreendida. Se eu pudesse escolher qualquer coisa no mundo todo, queria ter certeza de que minhas escolhas estão no caminho certo, de que meu filho vai ter saúde para todos os planos e sonhos que tenho para ele, certeza de que eu vou ter saúde para acompanhá-lo em seus momentos mais importantes, certeza de que ele vai viver, e viver uma vida boa, feliz e longeva.
Mas eu ganhei uma bolsa.
E diante desse fato tão prosaico, e já que uma bolsa não me dá muitas certezas (talvez apenas a de que posso carregar com mais facilidades minhas tranqueiras), precisei pensar minhas certezas, e vi que, se eu pensar direito, bem direitinho mesmo, não queria ganhar nada de dia das mães porque eu não preciso de nada: não preciso de menos tempo com meu filho, não preciso de descanso já que escolhi parir e criar Arthur, não preciso de um tempo para mim porque mu filho me falta quando longe, não preciso de nada material, não preciso de café na cama, de mimos, de emblemas da maternidade, não preciso de nada, afinal. Nem da tal certeza, porque Arthur, com seu corpinho morno, seus olhos ternos, seu sorriso contagiante, sua vida pulsante me dá a única certeza que basta e me faz ir adiante: a certeza de que sou toda amor para ele.

Feliz dia das mães!

Este post foi inspirado nos dois vídeos bem batutas sobre presentes no dia das mães (os melhores e os piores) Minha Mãe que Disse e também na enquete de uma amiga, que queria saber o que eu pediria de dia das mães se não houvesse qualquer tipo de restrição (financeira, logística, realística - tipo dormir 12h seguidas, coisa que, suspeito, meu corpo nem sabe mais como fazer).

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Zzzz

Entre minhas curvas se aconchega um mistério. Tépido e macio, meu filho desliza suavemente para dentro de um mundo que não é meu, nem dele. Às vezes, sorri, resmunga, mama, mas o que me fascina e intriga são as tarântulas de seus olhos ciliados (quantos milhares de cílios cabem ali?) movendo-se preguiçosamente para lá, para cá. Dizem que sonha, dizem que processa assim o que viveu e aprendeu no dia. Acho graça do sorriso de canto, do beicinho do choro que não se completa, das poses elásticas e dubitavelmente confortáveis (pés em ângulos estranhos, braços pendidos etc.), porém o grande mistério se sustenta na linha movente dos olhos cerrados. Na tênue linha que une as pálpebras do meu menino desfilam insondáveis momentos: serão aventuras? serão novidades? serão rememorações do que ele viveu ao longo do dia? Não sei. Ele tampouco.
De noite, deitados, enroscados no desenho curvilíneo do aconchego, uma tarântula me espreita e pergunta: o que sonha seu maior sonho?

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Doe-se

José nasceu pequenino. Pequenino, cabendo na palma da mão de seu pai, que tomou um susto com a bolsa arrebentando no meio da madrugada, muito tempo antes que fosse a "hora certa". Mas para José parecia a hora certa. E mesmo prematuro, com baixo peso, franzino, pele finíssima e algumas dificuldades de adaptação José parecia feliz com aquele amor: pai e mãe torcendo e lutando por sua saúde, vibrando com cada pequena conquista.
No entanto, apesar de todo amor e dedicação, houve um problema sério. Mais um susto, o pequeno José precisando de muitos cuidados, e a mãe, que se doou integralmente, não conseguiu ordenhar por um dia. E nem no outro. E o leite minguou.

Essa história é fictícia. Mas tenho certeza de que, assim como o pequenino José e seus pais inventados, muitos bebês prematuros e suas famílias enfrentam o drama das dificuldades de amamentação, o que, para alguém tão frágil e tão leve, é realmente um desafio que precisa ser vencido.
Assim, se você, como eu, vê sobrar leite, em qualquer quantidade, que tal se tornar uma doadora de leite?
No Rio de Janeiro, e acredito que em muuuuitas outras cidades do Brasil, o processo é simples, rápido e eficaz: você se cadastra como doadora, informa se vai precisar de potinhos de armazenamento (e quantos serão necessários), é avisada do dia da coleta da sua rota (quem faz o recolhimento dos potinhos com leite são os bombeiros) e pronto! Simples, rápido, indolor e um gesto de muito amor, que salva vidas e ajuda que  pequenas esperanças se tornem grandes sonhos realizados.

Para saber mais sobre amamentação de prematuros, visite o IBC (não ligue para os deslizes no português, o que vale é a informação!).
Para saber mais sobre como doar leite para os bancos de leite humano, visite o site do IFF. Você também pode se informar através do 0800-026-88-77.

Hoje, por conta de sua recente greve de LM na creche, eu e Arthur doamos 1.560 ml!

sábado, 4 de maio de 2013

O agente duplo

Arthur leva uma vida dupla.
Durante a semana, na creche, é um menino que não dorme (há dias em que ele cochila por 10 minutos, mas geralmente ele não dorme mesmo, literalmente), que não mama (há cerca de um mês vem recusando o leitinho que oferecem a ele na mamadeira) e que come com sofreguidão e grande prazer as frutinhas e sopinhas do cardápio.
Porém, durante os fins de semana, ele mama horrores em livre demanda, tira deliciosos cochilos de três ou quatro horas ininterruptas e, cereja do sundae, não come direito, dando uma ou duas colheradas nas sopinhas e três ou quatro dentadas nas frutinhas.
Eu, a Interpol, fico preocupada, pois meu agente duplo acaba exausto durante a semana, e morro de medo de estar comendo/mamando menos do que deveria. Sei que em breve ele sairá da creche, ficará 24h comigo e, portanto, teremos resolvido o problema do leitinho e das sonecas, mas como funcionará a questão dos alimentos sólidos?
Espero que meu pequeno conspirador esteja tramando uma adaptação às muitas mudanças que tivemos ultimamente, e que faça parte dos seus planos escusos crescer saudável e feliz, para aliviar o coração da mamãe aqui.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Eu sou demais!

Rio, 2013.
Zona sul-maravilha.

[entra música incidental - plano geral da praia de Ipanema ao pôr do sol]

[plano geral se transforma em plano americano, enfocando uma mãe. No caso, eu, a mãe do Arthur.]

Digo para as câmeras: eu sou demais! E dou uma piscadela marota, oferecendo ao espectador um olhar sedutor e divertido.

Corta.

Rebobina, porque ninguém está entendendo lhufas dessa viagem.

Play.

Um dia acordei e atinei para um fato perplexizante: eu sou demais.
Acho que isso foi no dia em que marido voltou da creche meio furibundo (e com razão) porque a psicóloga do estabelecimento o chamou de lado "oi, você tem um minutinho?" (sempre sorrindo, ensaboada) e descascou o sling: Arthur não engatinha porque fica tempo demais no sling, no colo de vocês, vocês precisam deixar seu filho no chão, precisam andar de carrinho, precisam parar de usar sling porque está atrasando o desenvolvimento psicomotor do seu filho. Rá! Eu ri. Ri e comprei, na mesmíssima semana, um novo sling. E agora revezo: sling assim, sling assado. E ainda virá mais um carregador de pano por aí!
Agora, no entanto, pensando bem, pode ser que eu tenha chegado à conclusão de que eu sou demais quando, ao voltar a trabalhar, descobri que ordenhar na salinha gelada de depósito, três ou quatro vezes por dia, meia hora a cada vez, é um desafio a qualquer esquema de gerenciamento do tempo e de tarefas. E que é preciso muito jogo de cintura e muito respirar fundo para dar conta de um serviço em caráter urgente no fim do expediente enquanto seu marido, ao telefone, avisa que o filhote chora e se recusa a dormir. É saudade. Dos dois lados. E o trabalho que era "rapidinho, em cinco minutos você está liberada" entra uma hora extra inteirinha na noite que tenho com o filhote. E eu chego em casa e ele abre o maior e mais lindo sorriso do universo, pede peito e capota. POF! Mas ao menos é nos meus braços que ele embala o sono. E então eu penso: sou demais!
Acho, porém, que se eu pensar direitinho, talvez descubra que a certeza de que eu sou demais tenha vindo já no parto, ou até mesmo no pré-parto, na gravidez ou até na pré-gravidez, porque quanto mais eu penso sobre maternar e quanto mais eu vivo o maternar, mais vou vendo que está muito além da sociedade em que vivemos conseguir de fato conciliar maternidade e vida profissional, maternidade e vida social, maternidade e vida consumidora consciente, maternidade e vida política. Parece que sobra, sabem? E a culpa, é claro, é sempre da mãe.
Confuso? Deixa eu explicar melhor, então.
A sociedade ocidental contemporânea não sabe o que fazer com as mães. Ou melhor, tem dificuldades imensas com o nascimento e com a maternagem, e com isso, nós, mães e bebês, ficamos perdidos, rastejando de um clichê a um padrão, de um padrão até uma fórmula pronta, e então de volta aos clichês.
Somos todas demais, porque excedemos o papel que nos cabe. E se a mulher resolve largar o emprego para cuidar da cria, está deixando de lado sua carreira. Por outro lado, se insiste em se manter profissionalmente ativa, enfrenta não apenas o drama do "deixar o filho com outras pessoas", mas também muito preconceito, machismo e certa "domesticação", de modo que é preciso impedir nossos corpos de serem corpos maternos: nada de leite, ordenhas, nada de gordurinhas, nada de fome fora de hora, de ritmo biológico alterado, nada de sentir sono durante o dia mesmo que se acorde várias vezes ao longo da madrugada, nem pensar em se enxergar sexualizada (quem quer uma funcionária grávida poucos meses depois de voltar de licença-maternidade?).
Mas para quem pensa que fora do plano profissional a coisa vai melhor, evoco a claquete das risadas [AHAHAHAHA] e afirmo: vai mal demais!
Mães são consumidoras, que vão educar seus filhos a consumirem também. Conquistar um é conquistar os dois (ou mais), e conquistar por longo tempo ("vou comprar produto X porque minha mãe usava comigo quando eu era pequena"). Mas mães são consumidoras apenas daquilo que vem enlatado, porque o consumo fora da linha será reprimido: não pode sling; dá logo chupeta; ficar na creche desenvolve mais a criança; compre o brinquedo XYZ, que vai tornar seu filho um gênio.
Mães não são politizadas. Não podem ser: devem seguir um senso-comum tradicional, e nunca devem questionar. Médicos estão para a vida e o bem-estar assim como as embalagens de alimentos estão para o valor nutricional: enriquecido com cálcio camufla o sódio excessivo; cesária urgentemente necessária esconde a agenda que não se pode desorganizar.
Mães não podem lutar, não podem namorar, não podem, não podem, não podem. Mas aí vem uma avalanche de comentários e reportagens e de repente as mães devem lutar, devem namorar, devem, devem, devem.
E aí chegamos ao grande ponto da coisa: as mães DEVEM. Não importa o que façamos, quais sejam nossas ações, o que dizemos: estamos sempre devendo alguma coisa porque nossa sociedade não tem espaço para a maternidade. Nossa sociedade não sabe o que fazer e onde alocar seres que cuidam, nutrem, produzem e reproduzem. O mundo, na maioria das vezes, não sabe o que fazer conosco, mães, totalmente demais!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O dia (meio) errado que deu certo

Era para acordarmos às 8, mas Arthur achou que seria bom uma alvorada praticamente ao raiar do dia. Eram 7h30 e eu pedi para marido, por favor, ficar com o rebento para que eu dormisse um pouco mais. Não rolou. Arthur anda chicletinho de mamãe e não servia papai.
Brincamos, rimos, nos divertimos, e às 9h30 Arthur pediu para dormir. Dormiu fácil, e eu pensei que seria ótimo tirar esse cochilo, que teria três horinhas de soneca e... Arthur acordou em meia hora. Eu, sonada, ainda tentei embalar o pequeno, mas nada. Marido entrou em cena, ninou o bebê e quando o deixou comigo... Arthur acordou.
Bom, o que não tem remédio, remediado está.
Resolvemos ir tirar fotos para a documentação da viagem. A primeira loja estava fechada, então seguimos para o shopping. Claro que não precisávamos de carrinho, pois tiraríamos a tal foto, voltaríamos para o carro e, em cerca de meia hora tudo estaria resolvido. Rá, rá! Para começar havia uma gravação de novela (com a Flávia Alessandra) atravancando os corredores do shopping. Ok, sem dramas. Driblamos as câmeras, equipamentos e pessoas da produção, eu com Arthur no peito. Quando enfim alcançamos a escada rolante, Arthur dormia. Como tirar foto para documento de um bebê dormindo? O que fazer, então? Óbvio: almoçar para fazer hora e bebê acordar.
Nós nos sentamos e Arthur dormia pesadamente, no meu colo. Como ele mamou fora do sling, não conseguiria colocá-lo ali sem que ele acordasse. Fiquei com ele no colo até sentir meu pé dormente. Então convenci marido a ir buscar um carrinho daqueles de empréstimo dos shoppings. No momento em que vislumbrei o combo conforto (marido + carrinho), Arthur acordou. Tasquei-lhe peitinho, ele dormiu de novo, mas não tão profundamente quanto antes. Resultado: assim que fiz o depósito no carrinho, o bacuri acordou.
Bom, que jeito? Pedido já tinha sido feito, eu estava varada de fome, marido também, bora comer. Pedimos bobó de camarão. E na segunda garfada que dei, Arthur, que NUNCA come em casa (fica praticamente só no peito), começou a fazer "aaaahhhh", de boca aberta, esperando a comida.
Separei arroz puro (porque, claro!, eu não tinha levado sopinha ou frutinha já que era uma ida rapidíssima ao shopping) e o menino danou a comer. Comia com tanto gosto que a gerente do restaurante veio com um potinho de caldinho de feijão fresquinho. E eu, a mãe neurótica da alimentação regrada (sem açúcar, sem sal, sem excesso de óleo, sem leite), me vi dando arroz branco parboilizado com caldinho de feijão com torresmo de um restaurante nada saudável ou natureba. Arthur se acabou!
Finda a saga alimentícia, fomos (com o carrinho emprestado) trocar fralda (também fui pega desprevenida, e usei o kit troca de fralda do shopping) e tirar foto. No elevador descobrimos que as lojas estavam fechadas (não frequentamos shoppings, então nos esquecemos que nos feriados as lojas só abrem 15h) e resolvemos voltar para casa.
Sem foto, sem carrinho, sem dinheiro, cheia de culpa.
De tarde, sairíamos, Arthur e eu, para encontrar duas amigas queridíssimas e seus filhotes lindíssimos. Bom, Arthur chegou em casa e... pediu para dormir (num horário bem atípico). Botei o menino para dormir e cadê que ele acordava? Nos atrasamos, mas chegamos, e Arthur ficou andando no restaurante só de meia, porque a mãe relapsa aqui esqueceu o sapatinho. Tudo bem, depois a gente incinera a meia, que encardida daquele jeito não tem mais salvação.
Mas, para mim, o grand finale do dia foi quando, conversa vai, conversa vem, eu viro para uma das meninas que acabara de conhecer (amiga das amigas) e explico, tintim por tintim, o que é monília. A moça, muito educada  e simpática, escuta com paciência. Era médica.
Sem mais. Um beijo e boa noite que meu dia, apesar de meio torto, foi ótimo!