sexta-feira, 9 de julho de 2021

Quase 2022, em navegação

 Julho chegou. Eu pisquei e a postagem de maio já foi já um tempão.

Gael fala pelos cotovelos. Coisas muito pertinentes e sagazes.

Hoje, por exemplo, o pai falou: tira o dedo do nariz, gael. Ao que ele respondeu: Ah tá, só o papai pode. 😳

Arthur está bem, feliz na escola brasileira e totalmente adaptado à nova realidade.

Eu estou vacinada! Dose única da Janssen numa sorte danada porque eu não sou nem besta de ficar escolhendo vacina. Mas que gostei de ser dose única, isso eu gostei!

Marido vai voltar mesmo para os EUA. Sozinho, coitado. Estou lutando com muito empenho em me restabelecer profissionalmente aqui e dar uma voltinha de um ano nos EUA com certeza não vai me ajudar. As crianças estão felizes e adaptadas aqui, não vemos motivos para mudar a rotina delas só para passarmos um ano fora. Então, em algum momento entre setembro e dezembro de 2021, marido volta aos EUA, sozinho, fica lá até mais ou menos maio de 2022 e aí volta. 

Minha cabeça já está, portanto, em 2022, que é quando nossa vida volta a ser uma grande incógnita profissional, com marido desempregado e eu, bom, eu não sei como estarei até o fim do ano. Tenho procurado emprego, fiz uma entrevista, fui sondada para outra vaga (mas pagava muito pouco e eu precisei recusar), mas nada de muito concreto apareceu. Vou levando, então, no frila. Mês a mês. É o que dá para fazer agora.

Quase fomos morar na Carolina do Norte. Quase fomos morar na Alemanha. Quase fomos morar em Michigan. Mas continuamos mesmo por aqui. 

Estou pensando em fazer um curso no fim do ano. Estou pensando em estudar francês. Estou pensando em aprender programação. Estou pensando mais em mim. E é tão bom! Nem sempre os caminhos são claros ou acertados, mas estou sempre buscando uma conexão com minha essência, olhando para dentro quando preciso de bússola. Às vezes dá ruim, a bússola não basta ou está meio desregulada, mas eu tento. 

Hoje tomei uma decisão importante e segui o caminho do meu coração. Doeu, foi tenso, mas trouxe frutos: um doce, do acolhimento, um amargo, de coisas que ainda nem sei nomear. O importante é seguir com a alma desfraldada e guiando o que singramos. Viver é preciso. Navegar não é preciso.