segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Nossa Senhora do Bom Parto

Ainda não cheguei na parte da gestação em que as pessoas me desejam a proteção da Nossa Senhora do Bom Parto, mas sei que este momento chegará, e fiquei matutando sobre isso outro dia. E cheguei à conclusão que não adianta muito rezar para a supracitada santa se você não passou nove meses levando oferendas ou pagando um dízimo em nome da Nossa Senhora do Exercício Físico e da Santa Alimentação. Não quero doutrinar ninguém e nem que vocês pensem que sou a grávida exemplar, que pula, boxa, rema e ainda lê Drummond nas horas vagas. Não, senhoras e senhores, eu confesso que como Danette, e chocolate, e sorvete, e empadinha, e cachorro-quente. Mas, por outro lado, em meu prato sempre tem algo verde, nunca falta feijão e os refrigerantes passam longe da minha dieta.
Ainda sobre a cartilha em que rezo, confesso que nem sempre tenho aquela disposição marota de sair para caminhar (e marido leva o cachorro sozinho para passear), mas que eu não falto ao pilates e agora comecei na hidroginástica, isso eu não posso negar.
Se isso vai me garantir um bom parto não há meios de asegurar, mas certamente terei benefícios ao longo da gravidez e muito mais chances de ter um parto bacana (e uma recuperação rápida - todos dizendo amém comigo, por favor!).

Pensando assim e, o pior, espalhando esse pensamento por aí, fui ali na GO pedir um atestado para poder praticar exercícios e saí de lá com um "atesto para fins desportivos que a paciente tem boas condições mentais e físicas para praticar atividades moderadas".
Quanto às boas condições mentais fiquei em dúvida, confesso, mas fiquei me achando com as tais "atividades moderadas". Nem quando eu era um ser uno e solitário eu me achava em boas condições físicas para exercícios moderados. Mas quem sou eu para contrariar um atestado desse naipe e um ego desse tamanho? Ninguém, né? Então pensei que o carnaval vinha chegando e era uma boa hora de treinar o meu "alô, povão, agora é sério: arrepiiiiiia".
Fui, então, no maior esquidum, esquidum me inscrever na hidroginástica.
Para não correr o risco de fazer forfait, paguei três meses assim, na bucha. E hoje foi a aula inaugural (ao menos para mim e para o baby).

Claro que minha saga na hidroginástica começa com o quê? Com o maiô! Onde achar uma vestimenta adequada e decente para minha pessoa barriguda? Confesso que esperava mais desse capítulo da saga, mas foi fácil, rápido e quase indolor. Não sei se o maiô chega ao fim da gestação sem me estrangular, mas pelo menos não precisei subir uma alça teimosa em nenhum momento da aula. Bingo!
Mas, como as coisas são sempre divertidas comigo, teve o drama da touca. Comprei uma de silicone porque não queria ficar deixando meu cabelo de molho naquele tanto de cloro da piscina da academia, né? Mas me esqueci de como a touca de silicone aperta. E vocês sabem: grávida já não costuma ter muito aporte sanguíneo na caixola porque vai tudo para o bebê e a placenta, então fiquei torcendo para não desmaiar ou ter formigamento na cabeça por conta da touca que espremia meu couro cabeludo. O lado bom desse estrangulamento craniano é que eu posso colocar a culpa na má circulação na cabeça pelo minha total falta de coordenação motora.
[Exageros a parte, realmente fiquei tensa no começo da aula, mas não por conta da touca (dããã), mas sim porque eu tenho um siricutico de vez em quando e minha pressão bota a mão no joelho e dá uma abaixadinha. Aprendi a controlar e não tenho já há bastante tempo, mas gato escaldado tem medo de água fria e todas as vezes que vou fazer exercícios fico com medo de exagerar sem notar e dar aquela desmaiadinha glamorosa na academia (quem nunca, heim?). Óbvio que comi antes de ir para a aula e que fiquei super atenta a qualquer sinal de alerta do meu corpo, e tudo correu bem.]
E minha gente, que falta de coordenação! Um espetáculo! O professor, que se apresentou antes da aula e disse que tinha dificuldade de decorar nomes de alunos novos, aprendeu o meu rapidinho, porque era um tal de "não, assim, não... mão esquerda no pé direito, Ártemis!" e "presta atenção aqui: mão para a frente, perna para trás e tronco reto, Ártemis". Patético, patético, patético! O que me salvou de ter minha cara arrastada no chão da medina foi que os velhinhos da hidroginástica não eram velhinhos. Eram umas mocinhas enxutas de 30 e 40 anos, com mais músculos que a grande maioria das pessoas que conheço, e uns homens de seus 50 anos, que destruíram meniscos e outras articulações e agora precisam de atividades de baixo impacto (mas de alta frequência cardiovascular!) para manter aquelas barrigas sequinhas. Claro que tinham umas senhorinhas na aula, mas elas eram safas, minha gente! Todas durinhas, musculosas e bem-dispostas (uma foi até dar uma corridinha na esteira depois da aula!).

Enfim, fui ali, acendi minha vela no altar da Nossa Senhora da Hidroginástica e espero que ela e a Santa Alimentação transmitam meu recado à Nossa Senhora do Bom Parto: tudo o que peço é, claro, um bom parto, saúde, disposição e uma recuperação satisfatória no pós-parto. Amém.

Ah, coisa muito importante!
Amanhã descobrirei o sexo do ser que habita meu ventre (e chuta minha bexiga, sobretudo de madrugada, quando ela está bem cheia!). E aí, o que vocês acham? Menino ou menina?
=)

Um comentário:

  1. Ahhh, meu Déos, quanta coisa pra se preocupar!!!
    Mas eu aposto no MENINA!!!


    HAHAHAH
    Tô achando que é!

    Beijos!

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