quarta-feira, 30 de março de 2016

Que syrup é esse?

Era meu dia de ficar na cama até mais tarde. Marido, portanto, acordou e foi preparar o café da manhã. Só que fiquei naquele estágio entre o sono e o despertar, ouvindo o amanhecer dos dois. Ora dormia e sonhava, ora acordava e escutava conversas e barulhinhos matutinos, feito café sendo coado e talheres batendo de leve no prato.
Até que Arthur pergunta:
- Papai, que syrup é esse?
Aquilo entrou nas profundezas dos meus devaneios sonolentos e eu sabia que havia alguma coisa se debatendo debaixo da superfície idílica, alguma coisa que queria sair, que precisava sair. Syrup? Será que meu cérebro está preocupado com troca de códigos linguísticos a esta hora da manhã? Não pode ser. Será que estou em um estado tal de estresse que preciso controlar tudo o que acontece mesmo que eu saiba que tudo está bem e todos estão em segurança? Será que estou pensando na lista de compras quando deveria estar sonhando com massagens e piña-coladas à beira-mar? Será que eu sei de alguma coisa que eles também precisam saber?
SIM!
- Ei - gritei eu das fossas abissais de meu torpor sonolento -, isso aí não é xarope de bordo! Vocês estão colocando azeite temperado com alho na panqueca!

Lição do dia: se for reciclar potinhos de vidro, escreva bem grande no rótulo qual a NOVA substância que está ali dentro.

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