domingo, 15 de maio de 2022

Tudo (novo) de novo

 Já cochichávamos por aqui e por ali, até que o assunto ficou tão constante que fiquei com medo de Arthur escutar e fantasiar: decidi que deveríamos nos sentar com ele e explicar o que estava acontecendo, o que ia acontecer.

Quando terminamos a história, ansiosos, preocupados, cheios de expectativa, Arthur perguntou: quando a gente vai, é depois de junho?

É nessas horas que eu enxergo a criança no meu filho tão crescido, que quer parecer mais velho do que é (e que às vezes me engana nisso). Nossa vida está virando de ponta cabeça mais uma vez e a preocupação dele é com o aniversário dele, uma festa cheia de planos e sonhos, a coisa mais importante para ele neste momento.

Ele não antecipa a ansiedade de entrar numa escola nova, ou de voltar para a mesma escola e perceber que as pessoas todas mudaram, ele não antevê os longos voos, a adaptação do irmão, o frio, a saudade das vovós (hoje tão presentes e constantes na vida dele) e da nossa rotina aqui, ele sequer nota que a televisão e o videogame ficam.

Para ele, o importante é que em junho ele vai poder ter uma festa de aniversário com os amigos. E que vamos poder visitar o Children's Museum outra vez. Ele ainda não entendeu que vamos até poder voltar ao Great Wolf Lodge, o passeio que ele mais gostou de fazer até hoje. 

Para Arthur, só existe o bom, o vibrante, a alegria, o instante vivido e as coisas pelas quais valem a pena se preocupar envolvem felicidade e realização.

***

Se estou com medo de voltar a morar em Evanston por um ano? CLARO QUE SIM!

Mas estou levando comigo o sol da minha vida, e esse amor que ele emana vai me aquecer no inverno intenso na beira do lago Michigan.

Nenhum comentário:

Postar um comentário