segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Umbigo, centro do universo

Taí uma coisa que nunca me contaram sobre a gravidez (e olha, minha gente, que eu já li foi muito livro, blog e relato e já ouvi muita história bizarra nessa vida!): a barriga cresce e você sente para onde ela está indo.
Ok, agora, lendo o que acabei de escrever, penso que talvez nunca tenha lido ou ouvido a respeito porque é uma coisa bastante óbvia. Mas acho interessante registrar, até porque há de ter uma distraída que, como eu, só vai notar essa obviedade quando ler este post.

Eu sempre fui muito atenta ao meu corpo. Sabia onde ficavam meus órgãos (e espero que depois da gestação eu volte a dominar esse importante conhecimento), sabia quando alguma coisa boa ou ruim estava acontecendo, conhecia cada sinal e indicação que meu corpo me dava. Ficar grávida foi, inclusive, consequência desse pitoresco autoconhecimento (digo pitoresco porque muita gente boa que fica sabendo dessa minha habilidade passa a me olhar como se eu fosse de outro planeta. Logo, imagino que não seja muito comum conhecer tão bem o que vai por dentro).
Acontece que eu nunca tinha experimentado um crescimento (exacerbado) da barriga, e muito menos em tempo recorde! Assim, achei estranho e angustiante quando senti pela primeira vez a pele repuxar e coçar. Tasquei cremes e óleos porque me avisaram que lá vinham as estrias, mas continuei a observar as sensações que experimentava. Bom, comigo, a barriga cresceu primeiro como se fosse uma linda pelanca logo abaixo da linha do umbigo. Perguntei para a médica: isso aqui é pelanca ou neném? Era neném. E aí, minha pele começou a esticar na altura do osso pélvico. Tirei uma foto da barriga e, um tempinho depois, voilà! A pelanca havia se arredondado e não havia mais dúvidas de que aquilo ali era neném. Agora, o estirão está acontecendo logo abaixo das costelas, e mais uma vez as fotos não negam: Arthur já domina a parte da minha barriga que outrora foi lar do meu estômago (que deve ter tirado umas férias, porque, sinceramente, não consigo visualizar onde foram parar TODOS os meus órgãos aqui dentro. Toda minha circunferência abdominal é território do Arthur, que se mexe e pula em todas as direções!).
E aí eu constato que, enquanto muitas grávidas usam a afirmação "meu umbigo é o centro do universo" como uma metáfora completa, para mim, a parte metafórica resume-se apenas ao universo. É que eu realmente sinto meu umbigo e toda minha barriga crescendo, se esticando e tentando se acomodar à gravidez. E aí eu logo concluo que é, no mínimo, curioso que eu saiba onde está meu umbigo (e para onde ele está se encaminhando!) enquanto isso me pergunto: onde estarará meu estômago?

Nenhum comentário:

Postar um comentário