domingo, 10 de junho de 2012

A saga da cadeirinha

Sei que hoje não é ontem, mas se estou aqui escrevendo este texto é porque ainda tenho um filhote embutido.
Tem seu lado bom, porque não terminei as gincanas. Aliás, a busca pelo R perdido teve novo capítulo! Lembram que eu encomendei pela internet um alfabeto igual ao que eu tenho aqui em casa? Pois recebi um e-mail da loja virtual lamentando que "o artigo, infelizmente, esgotou".
Quém-quém-quém-quém.
Resultado: catei umas letrinhas outras aqui (que são muito menos visualmente impactantes que as primeiras) e só me falta colá-las para anunciar que eu tenho um Arthur (e não um Arthu ou um Arthub, já que eu poderia cortar o B e transformá-lo num R meio estranho). Agora é tomar vergonha na cara, sentar diante da máquina de costura e mandar ver no restante do enfeite (depois mostro como ficou. Prometo).

Mas, sem mais delongas, vamos ao que interessa: então que a cadeirinha chegou, enfim!
#todasficafeliz
E aqui, caros leitores, venho eu contar minha saga, quase epopeia (bem que merecia uns versinhos essa história, mas vou poupá-los porque assim me manda o que me resta de bom-senso - e vocês verão que bom-senso anda escasso por essas bandas).

Tudo começou no longíquo primeiro trimestre, quando minha melhor e mais querida amiga do mundo inteiro me deu de presente o travel system que eu tanto queria. Cadeirinha/bebê conforto e carrinho não seriam um problema para mim. A felicidade bateu no meu peito e ainda hoje, quando vejo o carrinho estacionado na sala, aguardando seu tripulante, me sinto grata e felicíssima (menos gastos, menos problemas, menos um item).
Acontece que minha melhor e mais querida amiga mora nos States (chique, né?) e não pôde trazer o conjunto completinho de uma vez porque era mala demais, então a cadeirinha/bebê conforto ficou com ela, e me chegaria às mãos em maio. Primeira semana.
Marquei na agenda a data da chegada da minha amiga tão querida (progesterona, um beijo para você que me faz esquecer até se almocei) e pensei: maio é um pouco arriscado, mas tudo vai dar certo, filhote vai ficar na pança até junho, e todos seremos felizes. E maio chegou. E minha amiga chegou. E a cadeirinha chegou. Em São Paulo. O quê? Não contei que minha melhor e mais querida amiga é paulista? Pois é. Ela é. E vinha ao Rio, se não fosse um compromisso profissional inesperado arrastá-la para Manaus. Note bem, você não leu errado: MANAUS. Claro que deixamos a cadeirinha na casa da mãe da minha amiga, em SP, afinal eu conheço umas trinta pessoas que viajam de vez em quando para São Paulo, e só três que viajam de vez em nunca para Manaus.
Na minha cabeça de grávida sonhadora de início de maio, tudo estava resolvido: tenho um tio que mora em São Paulo e me traria a cadeirinha sem qualquer problema. Traria, se ele não tivesse sido alocado em Curitiba por três meses, por conta de um trabalho.
Meio de maio chegou. E com ele, a solução: uma pessoa que conheço iria fazer Rio-São Paulo, de carro, por volta do dia 20. Perfeito! Ela pegaria a cadeira e traria para mim. Delivery express.
Óbvio que deu chabu.
Essa pessoa é enrolada e furona, mas como havia me garantido, jurado pela felicidade de toda a família e pelos santos todos que iria buscar o raio da cadeirinha, acreditei. Tola que sou! Não só essa pessoa não buscou a cadeirinha, como ficou "me prendendo", pois prometia que a viagem a SP aconteceria naquela semana e que eu não falasse com mais ninguém porque ela resolveria.
Nisso, junho chegou. E com ele, a real data da viagem da tal pessoa: meados de junho. Como ninguém com quem eu convivo pessoalmente sabe da minha DPP, não podia simplesmente chegar para a dita cuja e falar: olha, provavelmente já terei parido nessa época. Tudo o que pude fazer foi agradecer pela disponibilidade e arrumar outra pessoa que me ajudasse (e não me atrapalhasse) a ter um final feliz.
E essa pessoa surgiu! Um amigo vinha passar o feriado de 7 de junho no Rio. Olha que fortuito! Até porque dia 7 era beeeeem melhor que o longíquo dia 15 ou 20 da enrolona. Fiquei feliz, me emocionei, pensei: agora vai! E foi. Foi para as cucuias o plano.
O rapaz ficou doente e precisou abortar a viagem de entretenimento. Tive ímpetos de sentar no chão e chorar. E pensava: não basta passar duzentas e noventa e sete pecinhas minúsculas de roupa para passar, não basta essa falta de ar constante, esse estresse de ter deixado tudo para em cima da hora por conta dos compromissos profissionais, eu ainda preciso sofrer (e muito) com o raio da cadeirinha!
[Meninas não grávidas, pensem na pior TPM da sua vida e multiplique por dez. Ok. Você entendeu a enxurrada hormonal gravídica.
Meninos, pensem no Maguila doidão de tequila chorando porque não conseguiu amarrar o cadarço. Você quase entedeu como reagi.]
Então eu vim aqui, contei para vocês, a Anna me salvou a vida e, na mesma manhã em que já estava tranquila e feliz porque havia uma solução, surge uma alma caridosa, ex-carioca, morando em Sampa, que vem ao Rio feriadar feliz. E ela não tem malas. E ela pode, sim, por que não?, me trazer a cadeirinha. E meu amigo, que ficou doente e não pôde vir ao Rio, pode, é claro!, levar a cadeirinha até essa minha amiga (agora, forte candidata a entrar no hall da fama da amizade e deixar até a marca das mãozinhas no gesso do meu coração).
Precisei me controlar para não dizer que ela caiu do céu porque, afinal, ela estava vindo de avião e não queria que nada pudesse arriscar a operação. E hoje, quando vi a cadeirinha, meu coração se enterneceu, me enchi de gratidão e pensei: Arthur pode, enfim, nascer.
Mas então meu chão ruiu. Em pleno aeroporto caótico, transferindo da mala para uma sacola as roupinhas e coisinhas que vinham com a cadeirinha, minha amiga revela: não deu para trazer "uns panos que estavam junto por conta do peso da mala". Os "panos", minha gente, eram as duas mantinhas e os 7 cueirinhos que eu havia comprado para embrulhar meu pacotinho. Sorri, engoli o pânico, agradeci efusivamente o imenso e impagável favor que ela me fez, e deixei o aeroporto com uma barriga, uma cadeirinha, meia dúzia de roupinhas e a promessa de que dia 22 de junho terei meus "panos" no Rio. E, para completar a murphylização da saga, São Pedro voltou das férias e tascou o termostato lá para baixo. Resultado: corri para comprar manta e cueiro que Arthur usará atéééé sair de casa, já que terá umas 5 mantas e uns 12 cueiros. Já estou vendo: aniversário de 18 anos, Arthur todo feliz, vai dormir com a namorada em seu quarto, e ela pergunta: "Amoreco, o que é isso?" Ao que ele responde, meio constrangido: "Isso, meu bem, é um cueiro, que ganhei de presente hoje... Bacana, né? É de flanela, minha mãe comprou quando estava grávida de mim, mas nunca usou. Aliás, todo ano ela me dá um cueiro novo de presente..."

2 comentários:

  1. kkkkkkkk... Bebê embutido foi o máximo! Meninão esperto isso sim, ele lá quer saber de passar frio do lado de fora??? Tem coisas que realmente só Murph para explicar! Além de gestar o Arthur, vc quase gestou a cadeirinha rs!!! Continue postando, dois dias sem postar irei considerar que o Arthur estreiou! Uma excelente semana, cheias de coisas boas!!! Bjos bjos

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  2. Kkkk morri de rir.. Fiquei imaginando o Arthur ganhando cueiro de aniversario rsrsrsrsr

    Mas dos males o menor pelo menos o pequeno já tem cadeirinha pra ir passear rsrsrsr

    Bjus e de notícias viu!!!!

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