segunda-feira, 25 de abril de 2016

Fuéééém

Era uma festa diferente. A comemoração estava marcada para acontecer em uma loja-ateliê aqui perto. A aniversariamente era apenas um nome para mim.
Compramos presente, colocamos roupa bonita, até passei perfume! 
Tudo estava correndo dentro dos conformes de normalidade social: nada de bolo na cara do amiguinho, nada de arremesso de argila no teto (sim, era um ateliê de peças de cerâmica e a brincadeira era colocar as crianças para fazer uma tigela). Tudo tranquilo, tudo favorável.
Claro que meu filho era o único a correr por ali. Óbvio que ele foi o único que preferiu esculpir um dinossauro de argila a fazer o que o dono do ateliê nos instruiu a fazer. É evidente que ele começou a cantar BEM ALTO o parabéns porque queria comer logo o bolo. Mas, sinceramente, nada assombroso ou altamente vexatório. Vida que segue e ainda bem que a festa só dura uma hora e meia.
Bom, depois do lanche e do parabéns, estando todas as crianças devidamente munidas de tédio + cornetas e chapéus comemorativos + bastante açúcar no sangue, começou uma pequena algazarra. Não havia correria e nem gritos histéricos, mas "calmas" não era uma definição boa para aquelas crianças.
Arthur, então, resolveu ir interagir com a aniversariante. Eles se davam surpreendentemente bem (surpreendente porque a menina não é muito citada aqui em casa quando pergunto como foi a escola). Eles têm o mesmo nível de energia e potencial de fazer bobagens. Estava lindo.
Foi quando eu vi.
Eu me levantei do banquinho, calça toda suja de barro em seus diversos estados (a saber: sólido, semisólido, líquido e poeira), tentando chegar antes que Arthur começasse a interagir com a MÃE da aniversariante. Acontece que os traquinas estavam todos fartos e zanzavam, os pais ao encalço para evitarem tragédias com as peças delicadas, e, então, não consegui nada além de assistir de longe a interação.
A moça foi chegando perto do Arthur, falando: 
- Noooooossa, mas que olhos bonitos que você...
FUÉÉÉÉÉÉÉM
Arthur deu-lhe uma cornetada na fuça. A moça ganhou distância e tentou mais uma vez elogiar o meu rebento munido de corneta, mas desistiu a tempo e eu só cheguei, pateticamente, para falar:
- Filhinho, espaço pessoal, lembra?

Voltei para casa com a sensação de ter saído de uma rave, mas acho que entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

4 comentários:

  1. uma comédia seu filho =D
    já estava visualizando sua calça com 50 tons de poeira!
    bjss

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  2. Não dá pra interagir com criança em fim de festa.
    Não rola...

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  3. Conheci seu blog por meio da minha amiga confeiteira aí de cima e estou adorando. Vi que está me acompanhando, yey! Vou te acompanhar também. Bjs!

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  4. E aliás achei incrível que você mantém o blog com bastante regularidade desde 2011. Eu já tive um outro blog, quando morei fora, mas logo foi abandonado por mim, até eu criar esse para falar sobre a experiência de tentar engravidar, bastante tempo depois de ter começado a tentar. E olha, há muitos momentos em que eu gostaria de ter escrito, e acabei não escrevendo. Por isso te parabenizo! Quem ama escrever não pode deixar de escrever, nunca! Bjs!

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