sexta-feira, 8 de junho de 2012

Plugada e pilhada (ou "Ainda não pari")

Com a contagem regressiva pressionando a todos, convém que eu apareça diariamente para dar satisfações e não deixar ninguém achando que eu já pari, né?
Apesar do cheirinho delicioso de fraldas e sabonete de neném que paira no meu apartamento, apesar da pança enorme e dos hormônios enlouquecidos, e apesar, sobretudo, de já ter cadeirinha (todo mundo jogando as mãos para o alto e comemorando comigo! Principalmente a Anna!), Arthur ainda mora dentro de mim.
Ele ainda mora dentro de mim e eu continuo plugada (nada de tampão, minha gente) e começo a ficar pilhada. Acho que as gincanas estão chegando ao fim (chegou a cadeirinha, já até comprei e lavei a capinha para forrá-la), o enfeite da porta da maternidade também está caminhando (a passos de cágado velho, mas caminha) e o porta-fraldas está sendo tentadoramente adiado (já pensou que relato de parto fabulosamente crafter se eu disser que entre as contrações eu aproveitava para terminar a pintura da peça?!).
Lavei todas as roupinhas até 6 meses, faltam cerca de 30 peças para passar (num horizonte de 7952 peças iniciais, o que são 30 bodies do tamanho da palma da minha mão, não é mesmo?), bercinho já tem protetor e lençol (e edredom, que é para não pegar poeira) e amanhã devo comprar uma mantinha porque está ficando frio. Também amanhã devo mandar emoldurar uns quadrinhos e trocar umas roupinhas.
Daí, o que me sobra? A tensão da US, que não consigo marcar em lugar nenhum do universo, e o frisson do R perdido. Lembram? Arthur tem 2 Rs e o alfabeto que comprei só tem um R. Mas achei na internet um alfabeto igualzinho ao que tenho por aqui e comprei, com entrega em prazo que varia entre 3 e 8 dias úteis. Será que na porta da maternidade teremos um Arthu ou um Arthur? Prometo voltar para contar.

***

Também preciso comentar o post anterior, tá? Então vocês, por favor, sejam novamente bacanas com uma gestante hormonalmente alterada e ainda plugada, com quase 40 semanas.

Quando eu disse que estava ficando loucona de hormônios (mas loucona de verdade, de ter medo de sair na rua, dar meus ataques de pelanca e, em vez de voltar para casa - e para meus dias sem fim -, ir direto para o manicômio), acho que ninguém levou muito a sério. Até o último post, né?
Adorei que várias pessoas comentaram e vi que muitas outras me visitaram, mas não falaram nada (eu estou loucona de hormônios, mas não mordo - ao menos não enquanto houver uma tela entre nós -, então podem comentar) e realmente achei incrível porque escrevi o texto pensando uma coisa, num tom, e vi como as palavras nem sempre têm o tal "estado de dicionário" do Drummond e acabam enveredando por caminhos inesperados. E que coisa bacana.
É que eu meio que desabafei, sabem, por causa das gincanas. E aí li o texto da Thais, e vi aquele tanto de roupinha por passar, e quase não deu certo a operação resgate da cadeirinha, e minha licença médica está acabando e eu não queria gastar a licença-maternidade, e minha médica me passou uma US que não consigo marcar, e meus dias parecem que andam eternos. Daí desabafei das dores acumuladas ao longo da gravidez, porque eu concordo com vocês, que leram o post e vieram com muito carinho me lembrar (e consolar) de que essas perguntas, muitas vezes, são formas de dizer "oi, que bacana você estar grávida e eu quero muito que você e seu bebê sejam felizes". Eu sei, eu sei, gente. Mas tenho meus pontos sensíveis e, como eu disse no comecinho deste texto, o tal "estado de dicionário" de que fala Drummond nem sempre é alcançável no cotidiano nada poético, né? Daí, tome interpretar palavras e tons e dar aquela sofridinha básica. Sofri, mas quem não sofreu?

E aí passou. E ontem mesmo umas pessoas me perguntaram (e saíram ilesos da minha casa, vejam só!)  se eu tinha planejado a gravidez, quando nascia esse menino e se eu tinha preferência pelo sexo. Ai, Murphy, você é tão legal (e tão previsível)!

Enfim, obrigada, muito obrigada a todas que comentaram com tanto carinho e solidariedade e votos de bom parto! Buchudas interrogadas deste Brasil: uni-vos e compadecei-vos das agruras e angústias alheias!
=)

***

Para finalizar, prometo que, se não entrar em trabalho de parto amanhã, venho contar a saga da cadeirinha. Sei que não sou muito boa em cumprir promessas por aqui, mas o texto já está pensado e quem não parir, verá.

4 comentários:

  1. Já escrevi esse comentário um milhão de vezes.. Rsrs

    Passo sempre por aqui , mas acho que nunca comentei...

    Seu blog e lindo e adoro a maneira como vc escreve!!!
    Estoura torcida para o nascimento do pequeno e espero que de tempo de vc fazer tudo e o seu parto seja exatamente do jeitinho que vc imaginou!
    Bjus e boa hora...

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  2. Árte, o Arthur ainda não nasceu???? hahaha... Perguntinha cretina para irritar uma mãe com o pé na maternidade! Brincadeirinhas a parte fico lendo seus posts e me imaginando daqui a alguns meses, realmente deve ser uma salada de frutas de emoção! Sei que vc não é chegada a expor sua vida aqui, mas tenho um pedido a te fazer... Queria muito ver o rostinho do Arthur! Se vc não se importar em mandar uma fotinha dele no meu email prometo manter os direitos autorais preservados rs!Claro que isso será depois de algumas deliciosas semanas de adaptação mamãe e bebê!Bjos para os dois!

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  3. Ártemis, agora além de te perguntar se o bebê ainda não nasceu, vão começar a perguntar também se o R do alfabeto chegou, se a cadeirinha deu certo e etc... hihihi, calma, brincadeirinha!!! Tá chegando a hora (esse finalzinho parece que dura meses...), relaxe (tente), aproveite (tente também) e, mas uma vez, te desejo um ótimo parto! obrigada pelo carinho lá no meu bloguinho! bjo

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  4. ops, "mais uma vez"... enquanto eu escrevo as minhas duas terremotas desenham na mesa NOVA da sala. to tensa e sem concentração... sorry! bjo

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