Mas nem só de tormentos congelantes vivemos nós, os recém-casados - sim, marido não para de contar isso para todos por aqui. Então, vou aquecer seus coraçõezinhos.
Chegamos no hotel depois de um voo caótico. Ventos loucos, decolagem e pouso com tremeliques e chiliques (fiquei tão nervosa que senti um calor miserável e, ao descer no aeroporto, achei que os três graus estavam bacanas, fresquinhos e agradáveis). Claro que eu não comi durante essa viagem maldita. Deixei para me alimentar no hotel, já devidamente instalada e com os
Não aceitei, claro. Mas meu estômago, esse maroto, roncou tão alto que abafou minha educação e tudo o que me restou foi agradecer com todo o meu ardor.
Embarquei no carro da moçoila, nervosíssima, pois não sei muito bem como agir em situações assim: fico grata, mas tão grata, que quero pagar com aquilo que tenho de melhor, que é minha habilidade com as palavras. Seria ótimo diverti-la nesta noite fria com ótimas histórias e gracinhas. Seria, se eu dominasse o inglês, né? Então, o que eu fiz, na verdade, foi um constragedor discurso de como fomos enganados pelo motorista de táxi que nos levou ao hotel, repleto dos mais clássicos e atrozes erros de sintaxe e concordância. (Alô, IBEU! Precisam de alguém para servir de exemplo do que NÃO dizer?)
Enfim, tentei, errei, me esforcei (ela também) e, conversa vai, conversa vem, eu pergunto o nome dela e sabem o que ela me responde?
- Meu nome é Lerato, e na minha língua, significa AMOR.
Não é lindo? Em plena lua de mel o amor se apieda de minha fome e me leva, num carro confortável, estiloso e quentinho, para arranjar comida.
Cheguei à conclusão de que, realmente, os quatro rapazes de Liverpool estavam certos: tudo de que precisamos é amor (e alguma comida).
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