quarta-feira, 8 de junho de 2011

A lua de mel e o mito da selvageria constante

Não sei se sou uma exceção. Mas acho que não. O fato é que aconteceu uma coisa muito curiosa nessa minha lua de mel. (Calma, não precisa tirar as crianças da frente do computador ou desconectar o celular, porque o que vou contar é, como diria minha bisavó, aceito nas melhores rodas e famílias.)
As pessoas têm uma incrível e até invejável ideia de que a lua de mel deve ser um momento de desconexão total com o mundo: não devemos nos comunicar de maneira nenhuma, porque estaremos muitíssimo ocupados o tempo todo, seja visitando lugares, seja...hmmm, ok, você entendeu meu ponto. Mas o fato é que, graças!, não ficamos transloucados e incomunicáveis, temos alguns momentos de descanso no hotel, temos a oportunidade até de termos privacidade e momentos a sós! Minha lua de mel, além de ser uma lua de mel, é também uma parte das minhas férias, e faz parte da minha noção de descanso e entretenimeto navegar hoooooras a fio pela internet, lendo o que eu quiser, assistindo o que eu bem entender, conversando com os amigos e... pois é, é aí que mora o problema: as pessoas simplesmente pararam de falar comigo porque, em sua invejável concepção de lua de mel, eu mais do que estou ocupada, eu PRECISO estar ocupada o tempo todo, e conversar é um desperdício de tempo, energia e sei lá mais o quê.
Resultado disso é que compramos um pacote de internet para usarmos de noite - quando as lojas e passeios estão fechados por aqui, mas ainda temos bastante tempo para gastar antes de irmos dormir -, e não existe uma viva alma que, espontaneamente, venha falar comigo. Quer dizer, existe só uma: minha mãe, fofa, que todos os dias quer saber da viagem, se estamos aproveitando bastante, descansando bem. Deve ser porque ela já teve uma lua de mel e sabe que selvageria em tempo integral não é a regra, assim como essa minha solidão de amigos em plena lua de mel não deve ser exceção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário