Numa noite, há algumas noites, ela surgiu no quarto. Arthur não poderia deixar de notá-la. Nunca. Uma borboleta branca, com as asas tão diáfanas que me fazem crer que, ao longo de tantos dias, ela tem se alimentado de sonhos. Dos nossos sonhos. Ali, naquelas asas transparentes.
Flapeando noite adentro, durante o dia ela me alenta, ao rememorar meu filho, com seu dedinho em riste, minihumano, apontando para ela.
Arthur não tem consciência, nem a borboleta, mas eles formam o que hoje há de mais poético no meu dia. E com ternura, nas madrugadas de trabalho incessante, cuido da borboleta, que passeia entre meus livros e papeis, e de Arthur, que mora todinho em mim.
Um dia a borboleta vai-se embora, eu sei, e um dia Arthur vai ter sua própria vida, longe (espero que não muito) de mim. E aí, tenho certeza, quem se alimentará de sonhos serei eu: de ter de volta as noites diáfanas de Arthur e borboleta, lado a lado, sob meus cuidados.
Muito amor! Muita poesia! <3
ResponderExcluirJá com saudades, mesmo sabendo que continuará por aqui. Como pode? Tô confusa... rs
Bjo.