Eu estava dormindo. Bom, na verdade, eu estava fazendo o que faço todas as noites, há quase um ano, e que as pessoas chamam de dormir, mas que eu sei que, sinceramente, estaria mais para um descansinho na horizontal. Sobretudo porque dormir pressupõe diferentes estágios de atividade cerebral e alternância entre sono e vigília. E, meus caros, aqui, nesse corpo que habito, de noite só há vigília.
Mas como o sono da mãe costuma ser um detalhe, passemos ao acontecido.
Estava eu em meu repouso noturno diário, fritando para lá e para cá, à mercê das mamadas do rebento e escorando as roladas que ele costuma dar depois de satisfeito, cobrindo pezinhos, aconchegando mãozinhas e beijando cabecinhas suadas quando noto uma movimentação pré-despertar.
Todas sabem o desespero que aqueles corpinhos se remexendo num padrão já conhecido de "oba! Já é dia! Vou tocar o terror!" infligem em nós, pais, seres sonolentos, alertas, vigilantes e, principalmente, assalariados (ok, não sou mais assalariada, sou autônoma agora, mas é dramático mesmo assim).
Então o pavor matutino se avizinhava na mesma proporção em que o despertar do meu filho se aproximava: perninhas jogadas sobre as minhas, mãozinha esparramada sobre meu rosto, rostinho virando para um lado e para o outro, dedinhos coçando olhinhos remelentos. Eu vi tudo isso, mas fingi que não era comigo, pensando marotamente que, assim, conseguiria convencer (ou chantagear, chamem como quiserem) meu filho a ficar ali no quentinho mais uns dez ou quinze minutinhos. Rá! (Riam comigo.)
Ele acordou, olhou para o lado e viu a mamãe dormindo, o papai sonhando e, mesmo diante da oferta generosa de um peitinho cheio de leite (sim, eu sou vil e lanço mão de todos os artifícios ao meu alcance para conseguir míseros minutinhos a mais na cama: julguem-me!), Arthur decidiu que estava OK de soninho, que já se sentia revigorado.
Então, como ser independente que se pretende, virou-se de bruços (como sempre faz), assumiu uma posição como quem vai se sentar na cama (como sempre faz) e foi dando marcha a ré até a beirada da cama, de onde tentou (devidamente impedido por mim, é claro) descer (como nunca tinha feito!).
Agora, meu povo, digam se não dá vontade de sair correndo?! Meu filho, esse ser petitico que ainda mama e nem fez um ano, acorda, levanta-se sozinho e quer descer da cama totalmente independente para ir curtir seus passinhos pela casa. Se ele já soubesse preparar o café da manhã, eu até arriscava, mas como, por enquanto, tudo o que ele faz é correr, subir nas coisas, enfiar o dedo em buraquinhos (inclusive tomadas) e aloprar com os cachorros, eu vou atrás mesmo: correndo.
Fiquei imaginando a cena...rsrs
ResponderExcluirMuito esperto esse Arthur.
Acho que você ainda vai ganhar muitos cafés na cama Ártemis, preparados pelo filhão =)
Bjuss
Eu falo que esse tal de tempo é um sacana que passa muito rápido! Pode Arthur já fazer todas aquelas coisas do post anterior e agora descer da cama para amanhecer todo independente???? Posso eu já ter uma filha banguela se outro dia eu estava histérica por não poder usar nenedent (a pediatra delas era super contra)? Ai, ai... o jeito é aproveitar e registrar para não esquecer! bjo
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