quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A insone que vos escreve

Sempre fui chegada numa insônia, mas achei que com um recém-nascido em casa isso não me pertencesse mais (assim como uma barriga plana, uns peitos sem dor e uma pele sem estrias). Aham, Cláudia, senta lá.
O fato é que eu tenho sofrido de insônia. E das das boas, minha gente: deita na cama, soninho gostoso, se enrosca nas cobertas e toca a rolar de um lado para o outro, como bife sendo empanado. Enquanto isso, marido dorme a sono solto e o recém-nascido chega a ressonar. E você lá, se esbaldando na farinha de rosca da ansiedade. A conta que não pagou, o bebê que dorme há quatro horas e já, já vai acordar, a obrigação de relaxar e parar de pensar para conseguir dormir.
Anteontem, fiquei acordada, matutando sobre a vida, de 2 às 6h30 da manhã. E Arthur dormiiiiiiiia. E marido sonhava. E até o cachorro se refestelava nos braços de Morfeu. Resultado? Míseras 4 horinhas de sono no dia.
Tá, beleza, pensam vocês, mas o que tem isso de especial para ser digno de nota aqui? Ahhhh, é que desconfio que minha insônia tem vida própria e o cruel objetivo de me lascar. Tudo porque escolhe a dedo quando aparecer.
Durante a gravidez tive muita insônia, o que, com a ajuda da progesterona, me fazia rastejar até o trabalho e esquecer o que estava fazendo (ou como fazer) mesmo que, por exemplo, um garfo cheio pairasse em suspensão diante dos meus olhos (estou almoçando? o que faz este garfo diante de mim? como faz para mastigar mesmo?). Mas a insônia matadora mesmo foi a que tive na madrugada que teve início meu trabalho de parto. Uma beleza, não? Com isso, passei por todo o processo sem dormir (e sem comer!). Quando Arthur finalmente estava em meus braços, estava exausta por ter passado a madrugada em claro muito mais que pelo esforço do parto em si.
E aí, a sacanada minha insônia, que desde então tinha me deixado em paz, voltou anteontem. E aí que ontem vacinamos o moleque: uma furada em cada perna e um líquido na boca. Quem acha que filhote teve reação e chorou muitão e teve febrão levanta a mão. Quem acha que meu instinto materno é meio sabotador e fanfarrão levanta a mão. Quem acha que eu só dormirei na próxima encarnação levanta a mão. (Já entederam porque não consigo retomar o educado hábito de responder aos comentários, né? Se fiquei te devendo uma resposta, uma visita, um alô, deixe seu recado após o bipe, aqui nos comentários, tá?)

2 comentários:

  1. Amiga, sou bem diferente, insônia é algo que desconheço, inclusive se não fosse o maridão a cria ia chorar sem qualquer socorro. Eu sou praticamente um urso panda que iberna todos os dias do ano.
    Não esquenta, eu também estou em débito com todas as colegas da blogosfera, como dizem...Vai passar! (não aguento mais ouvir isso, risos)
    Um super abraço!

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  2. Artemis, querida, que fase complicada hein! Mas quer um pitaco? Posso?

    Se vc tá com insônia pq tá preocupada, pega um caderno e anota tudo. Dizem q qdo transferimos pro papel nossas ansiedades a insonia melhora.
    De tudo se não resolver, pelo menos já estará organizada, rá!

    Beijão e bons sonhos!

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