sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Cândida, ou o pessimismo

Voltaire deve ter dado um duplo twist carpado no túmulo com essa minha apropriação infame do título de seu livro. Mas é um trocadilho (eu já disse que amo trocadilhos?) tão pertinente (embora, ainda assim, nada bom) para a ocasião, que não pude me furtar de fazê-lo.
Explico: no meio das publicações sobre o parto, comecei a sentir uns calafrios e uma moleza no corpo. A princípio achei que fosse a emoção de partilhar aquele momento lindo (e dolorido) com vocês, que meu corpo estivesse tendo um flashback das dores e mal-estares, mas era febre mesmo. Febrão, aliás: 38,5. Achei estranho e resolvi observar, porque meus seios estavam beeem doloridos já desde o dia anterior e a peitola direita, que estava sendo um paraíso da amamentação, voltou a doer bastante quando Arthur mamava.
Não quis esperar muito e dei um pulinho no Instituto Fernandes Figueira (IFF). Resultado: mastite para mim e monilíase para mim e Arthur (também conhecida como sapinho, causada pela velha conhecida das mulheres, a Sra. Candida albicans). Entramos no antifúngico e tudo parecia melhorar até que ontem acordei novamente nas trevas: dores, dores, muitas dores. Liguei para minha médica de confiança e, após exame, entrei foi no antibiótico também. Fui proibida de usar conchas (embora os sintomas da monilíase já estivessem presentes beeeem antes de eu começar a usá-las), pomadas e sutiãs com aro. Com isso, meu seio esquerdo novamente se tornou um martírio tenebroso. Essa madrugada foi fogo! Amamentei apenas 20 minutinhos antes de sucumbir e pedir que marido botasse o filhote pelamordedeus para arrotar e ninar. Muita dor mesmo!
Confesso, pensei: "que amamentação mais cheia das urucubacas, senhor! Primeiro bicos rachados e sangrando, depois monilíase, culminando com uma mastite." Tudo para desistir, né?
Mas nãããããooooo! Bora tratar essa bodega porque acho que já cheguei no fundo do poço da amamentação dolorida e cheia de urucubacas e, embora saiba que sempre dá para cavar mais um pouquinho no poço das mazelas dessa vida, acredito que não haja mais nada que possa acontecer com meus seios (já que a pega está coreta, né?). Quero muito acreditar, apesar de estar sendo bem difícil, que a tendência é só melhorar, porque sem fungos, infecções e pega incorreta, amamentar pode ser que se torne um prazer, enfim, para mim. Ou não.

3 comentários:

  1. Força, Ártemis!

    Cantemos juntas: vai passar, vai passar, vai passar!!

    Tive também a "febre do leite" e sei que dói bagay!!

    beijocas

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  2. Aí vc me pegou, isso eu não tive, não... Tô torcendo daqui pra passar essa urucubaca toda. bjo

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  3. Nossa, gente, tá amarrado, nao pode ser! Chuta que é macumba isso daê!

    Tô aqui torcendo por vc e por dias mais tranquilos, viu? Isso tudo há de melhorar e a amamentaçao virar o momento estrelinha dourada dos seus dias, prometo!

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