terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ops!

Você sabe que o terceiro (e último) trimestre da gravidez se aproxima quando você compra um copinho de Matte e o prazo de validade da bebida é maior que o da sua barriga.
o.O

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Umbigo, centro do universo

Taí uma coisa que nunca me contaram sobre a gravidez (e olha, minha gente, que eu já li foi muito livro, blog e relato e já ouvi muita história bizarra nessa vida!): a barriga cresce e você sente para onde ela está indo.
Ok, agora, lendo o que acabei de escrever, penso que talvez nunca tenha lido ou ouvido a respeito porque é uma coisa bastante óbvia. Mas acho interessante registrar, até porque há de ter uma distraída que, como eu, só vai notar essa obviedade quando ler este post.

Eu sempre fui muito atenta ao meu corpo. Sabia onde ficavam meus órgãos (e espero que depois da gestação eu volte a dominar esse importante conhecimento), sabia quando alguma coisa boa ou ruim estava acontecendo, conhecia cada sinal e indicação que meu corpo me dava. Ficar grávida foi, inclusive, consequência desse pitoresco autoconhecimento (digo pitoresco porque muita gente boa que fica sabendo dessa minha habilidade passa a me olhar como se eu fosse de outro planeta. Logo, imagino que não seja muito comum conhecer tão bem o que vai por dentro).
Acontece que eu nunca tinha experimentado um crescimento (exacerbado) da barriga, e muito menos em tempo recorde! Assim, achei estranho e angustiante quando senti pela primeira vez a pele repuxar e coçar. Tasquei cremes e óleos porque me avisaram que lá vinham as estrias, mas continuei a observar as sensações que experimentava. Bom, comigo, a barriga cresceu primeiro como se fosse uma linda pelanca logo abaixo da linha do umbigo. Perguntei para a médica: isso aqui é pelanca ou neném? Era neném. E aí, minha pele começou a esticar na altura do osso pélvico. Tirei uma foto da barriga e, um tempinho depois, voilà! A pelanca havia se arredondado e não havia mais dúvidas de que aquilo ali era neném. Agora, o estirão está acontecendo logo abaixo das costelas, e mais uma vez as fotos não negam: Arthur já domina a parte da minha barriga que outrora foi lar do meu estômago (que deve ter tirado umas férias, porque, sinceramente, não consigo visualizar onde foram parar TODOS os meus órgãos aqui dentro. Toda minha circunferência abdominal é território do Arthur, que se mexe e pula em todas as direções!).
E aí eu constato que, enquanto muitas grávidas usam a afirmação "meu umbigo é o centro do universo" como uma metáfora completa, para mim, a parte metafórica resume-se apenas ao universo. É que eu realmente sinto meu umbigo e toda minha barriga crescendo, se esticando e tentando se acomodar à gravidez. E aí eu logo concluo que é, no mínimo, curioso que eu saiba onde está meu umbigo (e para onde ele está se encaminhando!) enquanto isso me pergunto: onde estarará meu estômago?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O ex-glamour da sílfide

Lembram do drama da calça para gestante que me coubesse? Então, ele continua. Apesar de ter encontrado uma calça jeans para gestante que não parecesse um saco de batatas com um meeeega elástico na cintura, não pude comprá-la. É que eu sou pequena. E não meço, portanto, o 1,70m de que precisaria* para vestir aquela calça corsário. Mas sigo na luta e com grandes esperanças de encontrar uma calça sem gambiarra (veja foto abaixo) que caiba em mim.


Dito isto, informo que há algumas semanas comprei uma calça.
Novinha. Linda. Jeans!
Confesso que fiquei horas pensando sobre minha compra, agarrada à calça, dentro da loja, com ares de maluca. Matutava sobre as contas do mês (porque dezembro é aquela alegria e janeiro e feveiro a maior depressão financeira, né?) e sobre se valia a pena comprar a tal calça.
Achei que sim, por dois motivos. O primeiro e mais importante é que eu fiz um trabalhinho extra neste mês e o dinheiro que deve entrar é bem próximo ao valor da calça. Além disso, a loja onde eu consigo roupas no meu número estava em promoção e a calça era lindíssima, estava em conta e vestiu super bem. Ao menos nas pernas e quadris, né?
Passei o cartão, fiquei felizona e saí quase saltitante da loja.
Mas aí, veio me dar os parabéns pela jogada de mestre aquela vozinha chata que habita em mim: que maravilha! Você acaba de comprar, com o dinheiro que vai entrar só mês que vem, uma calça que só deve poder usar (sendo bem otimista) daqui a pelo menos 7 meses.
É muito glamour, minha gente!
Enquanto isso, só a gambiarra salva meu guarda-roupa.

*Não gosto quando uso calça corsário. Me sinto "encurtada" pela barra no meio da canela.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Carrinho, carinho e carinho

Ô coisa cara que é um carrinho! Tanto que se pode, inclusive, dizer que é o primeiro possante do Arthur, já que o carrinho dele custa quase a mesma coisa que o nosso carrinho (um Fusca, para quem não se lembra).
Sorte minha que esse carrinho super carinho foi um presente. Presentaço! Principalmente porque veio cheio de carinho e amor. É, com certeza, um dos itens mais viajados do enxoval: Nova York, Indiana*, São Paulo, Rio. Comprado pela internet, enviado para a casa da melhor amiga, trazido em uma visita ao Brasil e entregue depois de um outro amigo se dispor a transportá-lo, o carrinho chegou chegando e me deixou muito feliz - até porque sua chegada coincidiu com o importante marco de "viável" da gravidez, sobre o qual queria falar, mas não sei como. Talvez seja melhor apenas dizer que estou feliz e confiante, porque, afinal, meu bebê agora é viável e vencemos mais uma etapa rumo a um nascimento digno, saudável e emocionante.
Ele (o carrinho, é claro) é lindo, azul, prático, mas, sinceramente, o pessoal da Itália não é muito bom de desenho, né? É que um carrinho tão bacana e cheio de design famoso merecia ter um manual de instruções que realmente instruísse e tivesse ilustrações mais claras. Bom, vai ver é uma estratégia da Europa para promover a integração social e o desenvolvimento econômico: compre um carrinho com design italiano e vá para a Sorbonne aprender como montá-lo.


*Eu sei que Indiana é estado, mas quis preservar a cidade e a privacidade de quem me deu o presente.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

♥ Meu menino ♥


Eu já sabia. Quando descobri a gravidez, descobri também esta certeza: seria um menino. Não sei de onde veio o palpite, mas já o chamava pelo nome que escolhemos desde que ele era uma sementinha pequenininha e recém-descoberta.
Marido ria e apostava que era uma menina. Não tínhamos preferência porque queríamos tanto esse filho que tudo o que importava era que ele ou ela estava aqui conosco. Eu nem queria saber o sexo antes, porque achava que era como abrir o presente antes do Natal, mas marido queria muito, e ele tem 50% das ações da empresa, por isso pode dar pitaco. Cedi.
Na translucência nucal tivemos o palpite: 85% de chance de ser um menino. Eu ri e falei para marido: não disse? O médico avisou: cuidado, não saiam comprando tudo azul porque eu posso estar errado. Mas marido se empolgou e contou para todos que era menino. Provavelmente. Acontece que ninguém ouvia o "provavelmente" e eu comecei a ganhar tudo de menino. Coisas lindas e fofas, como eu nunca imaginei que pudessem existir (na minha família só nasce mulher. O último menino nasceu em 1959. Façam as contas!).
Na morfológica, confirmamos, para alegria de todos e alívio da mamãe aqui, que não vai precisar trocar todas as roupinhas másculas e azulinhas.
Mas eu já sabia. Desde o começo. E me apaixonei por esse menino, e estou cuidando e gestando com todo o meu amor o meu menino.
Agora, tenho dois amores. E, pela última US, Arthur (esse é o nome que escolhemos) é a cara do pai.
Ou seja, carregarei por nove meses, sofri com os enjoos, azias se avultam no horizonte gravídico, e esse menino, o meu menino, será a cara do pai. Melhor assim: terei dois homens lindos para amar.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Blogagem coletiva Mamatraca - Nascimento do Intimidade: vida selvagem

Fiquei aqui matutando como começar o post da blogagem coletiva para o Mamatraca. Porque, né?, os começos das coisas não são os começos das coisas. Por exemplo, se a gnete vai contar a história da nossa gravidez, geralmente começamos com a expectativa para engravidar, ou o contexto em que descobrimos a gestação (se pegas de surpresa), e é muito raro que a gente comece as narrativas com “estou grávida e este é um blog sobre minha gestação”. Pá!
Não, não. Geralmente fazemos um preâmbulo, contextualizamos, usamos a velha conhecida fórmula do “era uma vez...”.
E aí, pensei em como é curioso que o assunto do dia da blogagem coletiva seja a morte do Wando. É o ciclo completo: nascimentos e mortes, e no meio disso tudo a perpetuação da espécie e dos clichês (amo clichês e breguices!). E concluí disso tudo duas coisas: 1) Wando, calcinha, gravidez, nascimento, morte... tudo isso têm relação. 2) Ando cada vez mais viajando na batatinha, e espero imensamente que meu bebê faça bom uso dos neurônios que deve estar roubando da mãe, porque só um sequestro neuronial pode explicar essas associações sem pé nem cabeça que tenho feito cada vez mais amiúde.
Mas voltando à blogagem coletiva e ao nascimento deste blog, comecei no mundo internético-blogueiro em priscas eras. Lá se ia 2001 quando fiz meu primeiro blog. Literário, com frases soltas sobre meus sentimentos de canceriana saindo da adolescência. Hoje, relendo os arquivos, nem acho tudo tão ruim, e cheguei a fazer relativo sucesso, com visitas e comentários fartos, os amiguinhos da faculdade liam, os amiguinhos virtuais também, e eu ficava bastante satisfeita de ter meu público fiel.
Entretanto, eu sempre fui a maluca da maternidade (não esse tipo de maluca, mas ainda assim maluca) e já sonhava com filhos quando mal saíra da adolescência. E ter internet (discada) em casa ajudou a estimular minha curiosidade sobre o tema nascimentos e bebês. Um dia, fazendo buscas aleatórias (ah, que beleza ter tempo livre, não é mesmo, minha gente?!), caí em um blog coletivo sobre maternidade. Ali, cada pessoa postava foto dos filhotes e contava um pouquinhos sobre seu nascimento – e postava, é claro, um link para seu diário pessoal. E lá fui eu, lendo relatos de parto e conhecendo um pouco mais sobre essa blogosfera materna.
Entrei em listas de discussão, conheci mais gente, mais ideias, mais blogs, mais formas de nascer e educar, fui lendo, lendo, lendo... até que casei. Confesso que tentei fazer um diário sobre os preparativos para o meu casamento, e escrevi três posts furrecas sobre tudo o que eu estava vivendo, mas casar nunca foi o meu grande sonho. Nunca liguei ou idealizei a festa, a cerimônia, o vestido. Na verdade, até conhecer meu marido, nem queria casar de verdade. Então o projeto foi esquecido, o casamento passou e aquela vontade de resgatar a satisfação de escrever para alguém ainda estava por ali, dentro de mim. Foi quando, em plena lua de mel, fruindo a alegria da adaptação ao fuso-horário (#not), decidi que criaria um novo blog. Dessa vez, ele seria sobre mim, mas com um recorte mais bebezístico, porque eu queria engravidar (e como queria! Desde 2001, lembram?).
Em plena lua de mel, portanto, bolei esse nome estapafúrdio – inspirada pelo safári que faria dali a alguns dias – e comecei os trabalhos. Confesso que sofro muito com o blog, porque leio tanta gente bacana, porque torço por tantas mamães e tentantes, porque não o alimento e não comento com a regularidade de que gostaria. Porém, por outro lado, fico muito contente de me sentir parte de algo que já há tantos anos faz parte da minha vida, e que me permite ser, na vida real, uma pessoa um pouco menos monotemática – afinal, além de conhecer novas ideias e maneiras de lidar com as coisas da vida, também tenho um cantinho onde posso falar sobre gravidez, nascimentos, bebês e tudo o mais ligado ao universo materno.
E o Wando nisso tudo?
Ah, gente, nessa vida selvagem que é nossa intimidade sempre temos espaço para breguices e arrebatamentos apaixonados. Vai negar?