quarta-feira, 11 de setembro de 2019

O dia em que eu perdi a noção do tempo

Depois de perder a batata, achei que a vida entraria nos eixos, já que os exercícios viraram rotina e tudo parecia voltar aos eixos depois de três meses de férias na escola do Arthur.
Ledo engano.
Depois de perder a batata, eu perdi a noção do tempo. E comemorei, toda feliz, com um monte de gente, os dez meses do Gael! Opa! Pera. Dez meses? Pois é. Tô tão doida que errei a idade do meu filho. Mas pior mesmo foi marido, que errou o nome da criança e NÃO PERCEBEU!
Estamos cansados. Mas daqui a pouco melhora.

domingo, 8 de setembro de 2019

Uma gravidez fora da barriga

Tá sentadx? Então, senta. Vou falar uma coisa chocante que NÃO é relacionada com uma nova gravidez.
Posso falar?
Gael está com nove meses.
Uma gravidez fora da barriga.
Ele fala mamamamamã e papapapá para as pessoas certas, bate palmas, engatinha, fica de pé com apoio e come comidinhas.
Já usa roupa de 18 meses e tem sete dentes.
Mês que vem vai se matricular na faculdade e no fim do ano, morar sozinho.
Seguimos mamando, sem percalços depois do início turbulento (fissuras, mastite e noites insones).
Arthur está louco de paixão na mesma medida em que está louco de ciúmes, e vamos, dia após dia, tentando administrar essas duas vidinhas que criamos, marido e eu.
Tenho feito exercícios físicos regulares pela primeira vez na vida. Tenho meditado sempre que posso ou lembro. Tenho comido direito. Sigo 4kg acima do peso com que engravidei, 10kg a mais de quando casei. Como chocolate sem leite todos os dias.
Durmo ok. Trabalho pouco para fora de casa (me contratem! Mandem frilas!). Tenho grandes planos, pouco tempo, muita esperança.
Minha vida está em suspensão dentro de um trem-bala. Ali na frente tem uma bifurcação: não sei se voltamos ou se não voltamos para o Brasil.
A meditação mudou minha maneira de encarar todas essas incertezas. Todos os dias eu estabeleço uma meta simples, única e executável. Com isso, conquisto pequenos espaços, alcanço objetivos modestos e piro menos.
Tem dias que tudo explode. Ou desmorona. Ou derrapa. Ou estanca. No dia seguinte tiro o pó e recomeço. Ou sigo em frente.
Nove meses dentro, nove meses fora. Parece que está tudo equilibrado. Mas mês que vem ele faz dez, e é preciso reorganizar tudo de novo. Para sempre.