domingo, 30 de maio de 2021

Um ano de Brasil

 Faltam poucos dias para completarmos um ano de Brasil. Dizem que, depois de morar fora, uma pessoa se sente duplamente deslocada: primeiro no país estrangeiro, depois em seu próprio país.

De fato, notei algumas mudanças profundas em mim, que certamente foram se esgueirando para dentro da minha rotina, da minha personalidade e, só de volta ao Brasil, pude reparar em como sete anos de EUA me impactaram.

(Hoje eu me planejo com antecedência, confirmo compromissos apenas uma vez (e apareço), não chego mais atrasada aos lugares e sempre telefono se vou demorar mais do que 3 minutos a partir da hora marcada, janto super cedo (entre 5 e 6 da tarde) e coloco muito mais a mão na massa nos pequenos reparos da casa.)

Por outro lado, experimentei uma sensação muito menor de deslocamento do que eu vinha esperando. Meus hábitos alimentares foram logo readaptados (embora de vez em quando eu sinta falta de algo que é difícil de encontrar onde moro agora, tipo creamer), estabeleci uma rotina satisfatória, criei hábitos saudáveis e fiquei muito feliz de estar outra vez em um lugar quente e com sol.

No balanço geral, o primeiro ano de Brasil foi bom. Tivemos alguns percalços, mas o saldo total foi positivo. A pandemia não me deixou estar fisicamente perto de muita gente, mas pude abraçar minha mãe e outras pessoas da família (depois de todos fazermos quarentena), vi alguns amigos (de máscara, em espaço aberto, sem chegar perto, mas vi!) e agora temos um cachorro!

Mas, como tudo que é bom dura pouco, marido precisa voltar para os EUA por um ano, e agora estamos tentando decidir o que vai ser melhor para todos: ele ir sozinho e nós ficarmos ou todos embarcarmos em uma nova velha aventura (já que voltaríamos para Evanston de novo).

Aguardem os próximos capítulos.