sábado, 29 de setembro de 2018

Ultrassonografias nos EUA - minha experiência

Assim como na gravidez do Arthur, decidi, com base nas pesquisas que fiz e nas evidências científicas, que faria a menor quantidade possível de ultrassonografias.
Logo no começo da gravidez, na primeira consulta, a enfermeira obstétrica que me atendeu ficou na dúvida se faríamos uma ultra ou não. Disse que preferia fazer somente se ela achasse que havia uma necessidade clínica/médica para tal. Então, ela desistiu.
Na consulta seguinte (ou na terceira, não me lembro bem porque era a fase dos enjoos bizarros) fiz a ultra para ver se o bebê estava bem posicionado e para confirmar a data estimada para as 40 semanas. A ultra não pôde ser filmada ou fotografada, foi feita na cama de exames mesmo, com um aparelho de ultrassom portátil e tinha uma definição sofrível. Durou pouco mais de um minuto e recebi uma foto impressa de um amendoim ().
Depois dessa ultra, iria fazer somente a morfológica, mas acabei fazendo uma “ultra de emergência” (vamos chamar assim) porque a médica quase me infartou ao não localizar o batimento cardíaco do feto. Então, ela trouxe o mesmo aparelho portátil usado na primeira vez e levou exatos 5 segundos para localizar o batimento fetal e dizer “tudo perfeito”, desligando a máquina a seguir. Se eu tivesse piscado, teria perdido a imagem do feto.
Por volta das 18 semanas fui fazer a morfológica de segundo trimestre. Achei cedo, mas quem designou esta data foram as médicas da clínica e da clínica de ultrassom, então fui dançando conforme a música porque descobri que aqui nos EUA às vezes eles antecipam esta ultra mesmo.
A morfológica foi feita numa clínica em Chicago. Peguei o trem e chacoalhei ali dentro, enjoada e incômoda, por 1h25 até chegar na rua do hospital onde faria o exame. Era um hospital, mas na ala de exames e laboratórios. Fui informada de que crianças menores de 13 anos não eram aceitas nas salas de exame, por isso precisei deixar Arthur na cafeteria com minha mãe enquanto fazia a ultra. Como marido estava viajando, fiz tudo sozinha.
De novo não pude filmar ou tirar foto (perguntei e recebi um lindo “não”).
O exame começou com cinco minutos de atraso e quem realizou o procedimento foi uma técnica. Ela perguntou se eu queria saber o sexo e, mais uma vez, antes mesmo de ela avisar, eu já vi que era outro menino. Ela mediu o que precisava medir, visualizamos dedinhos, pés, coluna, perfil, órgãos... Ela explicou algumas coisas (bem superficialmente, tipo “olha aqui o pezinho” ou “olha o perfil do seu bebê”) e quando eu falei que minha família tem casos de polidactilia (seis dedos na mão), ela voltou na mãozinha para contarmos juntas os cinco dedinhos. Mas ela não foi narrando o exame e nem explicou muito o que estava medindo ou verificando. Perguntei se estava tudo perfeito e ela disse que parecia que sim, que o exame tinha terminado e que era para eu esperar a liberação do médico, que assina o laudo.
Fiquei lá na sala babando nas míseras quatro fotinhas que ela me deu de souvenir e aproveitei para mandar mensagem para o marido, falando que era outro menino. ()
Nisso chegou o médico na sala de exame. Ele falou “então, preciso rever umas coisas”. Quase morri ali mesmo! Como assim? Deu ruim? Apareceu alguma coisa que não deveria ter aparecido? Ou deram falta de algo? O médico explicou que não, que estava tudo bem, mas que ele queria ter certeza de que a técnica não tinha deixado passar nada, afinal ele estava assinando o laudo e tal. Mas quem disse que eu fiquei tranquila com essa resposta?! Que mãe não pensaria bobagens nessas circunstâncias?
Bom, quando ele terminou, repetiu que era um bebê aparentemente saudável e dentro dos padrões esperados. E reforçou apenas o que já sabia: que ele não poderia dar certeza de ser um bebê 100% saudável e dentro dos padrões porque o ultrassom tem margem de erro e que certeza absoluta mesmo a gente só tem quando o bebê nasce.
Desci para contar a novidade do irmãozinho para Arthur, que ficou radiante, porque preferia, claro, um menino, mas sempre com a pulguinha atrás da orelha. Essa pulguinha só pulou de lá quando me consultei na clínica do pré-natal e confirmei com a médica de que estava tudo dentro do esperado, sim, e que o fato de o médico passar lá para repetir as medições era comum. A médica até comentou que eles fazem isso para poder cobrar mais do plano de saúde, afinal a hora do médico custa mais que a hora da técnica.
Agora estou com 26 semanas e não tenho nenhum ultrassom marcado. Na clínica nova até me sugeriram de fazer, mas educamente recusei, e fui respeitada. Vamos ver como vai ser daqui em diante. Com Arthur fiz 4 ultras: a primeira para ver se estava tudo bem e datar a gravidez, a segunda foi a translucência nucal (que aqui foi substituída pelo NIPT, exame de sangue que cumpre a mesma função da TN), a terceira foi a morfológica do segundo tri e a última foi pertinho de parir, porque tinha passado das 40 semanas e precisava monitorar a vitalidade para ter certeza de que tudo estava caminhando conforme deveria.
Se alguém ainda me lê, quantas ultras você fez?


(post do fim de agosto. Ainda faltam algumas semanas para o fim da gravidez. Vai dar tempo!)

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Metade do caminho

Tinha um enjoo no meio do caminho. Um enjoo diário e constante, persistente e um pouco menos incapacitante, mas ainda assim irritante e inconveniente.
As últimas semnas foram de muitas emoções: marido viajou por 42 dias e eu fiquei sozinha tomando conta da casa, do Arthur, do bebê e da minha mãe, que veio visitar, mas está doente.
A morfológica do segundo semestre foi feita comigo sozinha na sala, e eu fiquei triste de meu marido não ter estado por perto para partilhar esse momento. Também foi difícil saber que o bebê já chuta com força suficiente para outras pessoas sentirem os movimentos e não ter marido por perto para se emocionar.

No mais, tudo caminhando conforme deve ser: barriga crescendo (tenho a sensação de estar muito maior do que na gravidez do Arthur), bebê se mexendo (ele chuta muito mais a parte de trás do meu corpo do que Arthur fazia, acho que tem a ver com a posição da placenta, que está anterior desta vez), enjoos persistindo (ainda tomo remédios, embora não mais diariamente, e menos ainda de 6 em 6 horas), muito cansaço, alguma azia e, comparado com a gravidez anterior, pouco ganho de peso (até a última consulta tinha ganhado meros 5kg, sendo que na gravidez do Arthur engordei no total 13kg. Ou seja, se continuar nesse ritmo, vou chegar ao fim da gestação com cerca de 10kg de ganho de peso).

Ainda não temos nome. Está difícil de escolher. E Arthur está lidando muito bem com a ideia de ter um irmãozinho, mas muito mal com a ideia de perder a atenção integral de mamãe e papai. Vejamos como vamos caminhar.

(Como este post foi escrito no fim de julho, já podemos rir bem alto da história do peso! hahahaha Óbvio que já ganhei um moooonte de quilos de lá para cá, especialmente com minha tara por chocolate.)

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Começo do segundo trimestre

Semana passada, pela primeira vez, minha gravidez foi notada sem que eu precisasse contar. Fui levar Arthur para o espaço infantil do clube que frequentamos e a moça que o recebeu logo notou minha barriga e perguntou "tem novidade aí, é?". E eu, toda orgulhosa, mostrei a mini pança, contei da data prevista para o parto, dos enjoos e tudo mais.
Hoje estou completando 19 semanas e depois de amanhã faço a ultra morfológica do segundo trimestre. Descobriremos, se o bebê cooperar, se vem outro menino (o que acho que sim) ou uma menina.
Os enjoos não foram embora. Sobretudo a partir do fim da tarde me sinto bastante enjoada, com um mal estar que mistura arrotos constantes, enjoo, sensação de estômago cheio seguida logo a seguir por aquele enjoo característico de estômago vazio. Sinto bastantes fisgadas no pé da barriga e tem uns 3 ou 4 dias que eu tive contrações doloridas (mas foi depois de segurar o xixi enquanto o banheiro estava ocupado). Além do mais, comecei tem uns 2 ou 3 dias com uma novidade nada legal: dores no lado esquerdo do corpo, sobretudo ombro e punho. Suspeito que isso esteja acontecendo por causa dos hormônios da gravidez, mas também porque comecei a sentir falta de ar e, geralmente, só consigo dormir deitada sobre o lado esquerdo.
O bebê hoje teve soluços. A coisa mais lindinha do mundo! <3
E ele ou ela se mexe muito, muito, muito de noite.
No sábado, comecei a frequentar um grupo sobre administração do estresse durante a gravidez. É interessante e estou adorando praticar o espanhol. O grupo é em espanhol. Eu entendo absolutamente tudo que elas falam, mas ainda sofro para falar. Na minha cabeça se misturam o inglês, o espanhol e o francês, e tem horas que eu solto umas frases bem loucas, com todas essas línguas misturadas.
Tenho me sentido muito cansada também. E a rotina aqui em casa está puxada.
Marido viajou e, embora minha mãe esteja aqui, tudo da casa e do Arthur sobra para mim. Minha mãe está doente, então além de cuidar dela, me vejo sem grande ajuda efetiva, já que sua contribuição tem sido brincar com Arthur (isso é realmente ótimo para mim) e lavar a louça. Mas nem posso reclamar. Sem ela, estaria tudo muito mais difícil, porque quando preciso ir ao mercado ou outro lugar, deixo Arthur com ela e resolvo tudo rapidinho na rua.
Ansiosa pela ultra. Animada com esse bebê pulante.
Que as próximas semanas venham suaves e saudáveis.

(esse foi de julho. vamos conseguir sincronizar!)

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

17 semanas

A ideia era fazer um diário detalhado, contando tintim por tintim desta que será minha última gestação.
Mas aí eu passei 3 semanas e pouco de cama, naquele inferno nauseabundo que já descrevi, com direito a segunda consulta com muita emoção.
(Fui levar Arthur na escola e marido encontraria comigo lá, para irmos ao médico juntos. Entreguei a criança e me sentei no banco da recepção. Dali, me rastejei até o banco do parquinho. E de lá não queria sair, porque sabia que não aguentaria mais nenhum esforço. Não me lembro muito bem como cheguei ao uber, nem como consegui entrar na clínica. Uma vez lá dentro, marido foi cuidar da burocracia e eu fiquei deitada nos bancos da recepção, todo mundo me olhando. Quando a assistente de enfermagem me chamou, logo perguntou "você está bem?", ao que respondi "não, acho que vou desmaiar". Fiquei deitada a consulta toda, comendo micro pedacinhos de biscoito de água e sal. Só no fim consegui ficar de pé para me pesar! A médica me passou mais dois remédios além do que já havia prescrito e marcou a consulta de retorno para dali a duas semanas, em vez de quatro.)
Depois que consegui sair da cama, continuei miseravelmente enjoada por muito tempo. E tomando um arsenal de remédios, passava o dia exausta, dormindo, sem conseguir trabalhar. Com isso, tudo meu atrasou. Com isso, minha vida entrou numa loucura sem fim, com marido sobrecarregado no trabalho, em casa e numa casinha de sapê. E eu miserável. E eu sobrevivendo. E eu querendo pedir divórcio todas as manhãs, por causa do cheiro insuportável de café que marido insiste em tomar.
Com isso, se passaram várias semanas e eu não tive tempo ou energia para registrar as coisinhas todas. E cá estou, já com 17 semanas, sentindo chutinhos sobretudo na parte de baixo da barriga (bebê parece que gosta muito do lado direito. Arthur passou a gravidez toda com as costas para o lado esquerdo, mas não me lembro onde eu sentia os chutinhos no começo.), ainda enjoando muuuuuuuito, com uns peitos gigantes, pesados, quentes, já produzindo colostro, com uma barriga inegavelmente grávida e com muitas micro espinhas na cara (todo dia ou a cada 2 dias aparece uma nova).
Já comecei a passar cremes na pança, embora sem muita esperança de milagres (porque por aqui, só milagre mesmo) e ainda não pensei em absolutamente nada do enxoval!
Devo entrar na hidroginástica em breve (se tudo der certo) e no dia 11/7 descubro o sexo do ser que me habita. Já temos quase certo o nome de menina, mas o de menino está uma luta! Queríamos Bernardo, mas na gringa não vai funcionar muito bem. Ainda temos algumas semanas para decidir, então o desespero não é tão grande.
Arthur ainda está curtindo a gravidez, mas acho que agora a coisa tá ganhando forma (no caso, redonda: minha barriga) e ele está vendo que ter um irmão ou uma irmã tem um lado meio chato (por enquanto sou eu, sempre enjoada, cansada, com dores ao caminhar, sem poder correr ou fazer brincadeiras muito brutas). Por isso, às vezes ele parece não estar muito animado, não. A gente vai levando, explicando, mostrando as coisas boas, preparando o que dá para preparar, porque a verdade é que vai ser tudo novo e um tanto imprevisível, já que não conhecemos ainda este bebezinho e vamos precisar de um tempo para nos adaptarmos a ele.
Eu acho que é outro menino e sonho direto com bebês do sexo masculino, mas tem horas que tenho a sensação de que é uma menina.
As diferenças dessa gravidez para a outra não são tão gritantes assim: tive MUITO mais enjoo, minha pele ficou pior e sofri no começo com um intestino preguiçoso, mas fora isso, não tenho notado grandes diferenças, não. Já comecei a sentir as faltas de ar que senti com Arthur e isso é bem desagradável. Elas parecem mais suaves, mas as minhas memórias mais intensas (dois apagões que tive e uma falta de ar que fez a professora de um curso que eu assistia perguntar se eu precisava ir para o hospital no meio da aula) foram mais para a frente, tipo perto das 30 semanas. Vamos ver.
Essa semana troquei de equipe médica porque achei que essa não me atenderia do jeito que eu quero: sem intervenções desnecessárias, mas cuidando de perto das minhas queixas ou demandas. Tomara que a próxima equipe seja boa (eu ainda não fui lá, mas peguei muitas boas referências e estou esperançosa). O bebê nasce aqui, quando estiver pronto ou pronta e vai chegar numa casa mutcho loca, mas cheia de amor. <3

(post escrito em junho, calma que a gente acerta o passo com a gravidez!)