sábado, 21 de março de 2020

Começo do desespero

Este é nosso décimo dia de isolamento.
Hoje o governador do estado de Illinois decretou que todos os habitantes devem permanecer em casa, a não ser para realizar atividades essenciais. São atividades essenciais :comprar comida e medicamentos, cuidar de membros da família que precisam de suporte, levar cachorros para passear, ir ao médico, ir à loja de material de construção, praticar atividades físicas individuais.
O mais difícil do isolamento, para mim, é parar de pensar no que está acontecendo. Os números crescentes, a distância dos meus amigos e familiares e o impedimento de sair de casa me angustiam muitíssimo.
Sei que estamos no começo apenas. As próximas duas ou três semanas serão duríssimas para os EUA, mas sobretudo para o Brasil.
Minha expectativa é terrível: milhões de mortos, falta de hospitais e materiais, meses de sofrimento, saques, depressão econômica, crise política e muito desespero. Serão anos para vermos qualquer sinal de recuperação.
Tomara que eu esteja errada.

sábado, 14 de março de 2020

A chegada da pandemia

Eu nunca estive nas manchetes. Furacões, atentados, epidemias e outras desgraças sempre foram palavras impressas. Um privilégio danado, eu sei. Ou melhor, eu agora sei.
Ontem (sexta 13) foi o dia D na cidade onde moro: as escolas anunciaram o fechamento, o clube e a à biblioteca pública seguiram de perto, os supermercados ficaram com as prateleiras absolutamente vazias e a Universidade vizinha a nossa casa divulgou o primeiro caso de covid-19. Em menos de 24h a quarentena ficou real e presente.
Já prevendo o fechamento inexorável da biblioteca, saí de manhã com as crianças (Arthur já não frequentava a escola desde quinta) para ir buscar livros e garantir um pouco de entretenimento diante da estada compulsória dentro de casa.
As ruas da cidade estavam bem menos movimentadas. O funcionário que entregou os livros a mim parecia tão temeroso quanto eu e o banho de álcool gel que tomei no saguão da parte infantil não causou estranheza a nenhuma pessoa ali presente, muito pelo contrário.
O clima aqui é de muita expectativa tensa. Os mercados vazios estão causando muita ansiedade, afinal, todes precisamos comer e a simples de ideia de passar fome já nos deixa apavorados. Outro privilégio, também sei.
Ontem fui ao mercado fazer estoque de alguns itens. Um caos! Hoje marido foi resolver pendências no trabalho que não poderiam esperar o fim da onda e nem poderiam ser realizadas virtualmente.
Amanhã não pretendo sair de casa. Aliás, nem amanhã, nem ao longo desta semana. Na próxima, precisaremos fazer compras, até porque a Amazon, que geralmente usamos para a entrega das comidas básicas do dia a dia, está com o estoque defasado e as entregas atrasadas.
O clima é bem intenso. Meus vizinhos formaram um grupo no Facebook e a imensa maioria está alerta, preocupada e engajada no confinamento por duas semanas.
Eu estou tensa, ansiosa e preocupada.
O Brasil será o próximo na lista da pandemia. Não se iludam, pessoal! É para levar a sério e se cuidar. Lavar as mãos, deixar as unhas bem aparadas, não partilhar objetos, não beijar/abraçar/apertar a mão como forma de se cumprimentar, se puder ficar em casa, fique! O objetivo é diminuir a circulação do vírus e isso só é possível com a diminuição da circulação de pessoas.

Por hoje é só isso.

Volto em breve com outras notícias da pandemia por aqui.

Lavem as mãos!