segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia especial

Hoje é um dia muito especial porque há dezoito anos minha tia me deu o melhor presente que eu poderia ter recebido.
Eu morava em outro estado, e minha família toda estava no Rio, esperando o momento em que minha tia se tornaria mãe. A cesária (eletiva) foi marcada para um sábado e eu só consegui chegar depois que a cirurgia já havia acontecido. Lembro até hoje de chegar no quarto e encontrar o bebê mais lindo que eu já tinha visto: ela era carequinha, com uns olhinhos azul-cinzentos e o rosto perfeito. Dez dedinhos nas mãos, dez outros nos pés. Perfeita. Linda. Minha boneca, já que eu ainda era uma criança.
Aquela era a primeira prima que eu via nascer e que eu testemunharia o crescimento. Fiquei absolutamente encantada: queria segurar o tempo todo, queria trocar fraldas, colocar para arrotar, assistir ao banho, brincar, apertar. Ela era linda e, poucos meses mais tarde, se tornou um pouco minha também. Foi uma surpresa, pois nunca imaginei que eu poderia ser a escolhida para batizá-la (uma responsabilidade da qual tinha plena consciência mesmo tão nova e a qual sempre levei muitíssimo a sério), mas também porque nem minha tia nem ninguém poderia supor o quanto eu e minha afilhada desenvolveríamos uma relação tão amorosa, tão amiga, tão especial.
Hoje ela fez dezoito anos. Muito mais velha do que eu quando a conheci. E é bom ver minha boneca crescer bem, inteligente, amiga, íntegra e divertida. Amo muito minha afilhada: são laços de sangue, mas também é a afinidade, a mútua admiração, o respeito recíproco. Por isso, já escolhi - e acho que há dezoito anos - a madrinha do meu primeiro filho (ou filha). Ah, sim. Mantendo a tradição familiar, isso também será uma surpresa para ela.
;)

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