Deixa eu contar uma história para vocês.
Começa assim, como a maioria das histórias daqui: estamos na pindaíba.
"Ainda, Ártemis? Leio seu blog há sete anos e você ainda tá na pindaíba?! Eu já comprei casa, carro, viajei doze vezes para a Disney e casei com uma festa de 300k, e você ainda aí, contando história de contar moedinha?!"
Pois é.
Bom, se estamos na pindaíba, precisamos ter uma lista de prioridades, né? Um teto com aquecimento: prioridade. Um teto com aquecimento e decorado ao nosso gosto: dispensável. Roupas quentes que não nos deixem congelar lá fora: prioridade. Roupas quentes e novas: dispensável. Vocês já entenderam.
Quando voltamos para Chicago, tivemos um Natal micareta, com caixas e caixas sendo abertas ao som de "noooossa! Que bom que guardamos isso!", porque depois de tanta aventura pelo mundo eu, sinceramente, não tinha muita ideia do que tinha sido jogado fora/doado e do que tinha permanecido. Arthur também ficou feliz da vida redescobrindo brinquedos que ele já tinha esquecido. Enfim, foi massacrante e exaustivo, mas também foi reconfortante e feliz voltar para cá.
No meio dessas caixas todas, algumas sacolas com roupa de cama. Não sei se elas se reproduziram enquanto estivemos fora, mas eu não me lembrava de ter tantos lençóis assim! E o mais curioso foi que, conforme eu abria as sacolas, ia notando que nenhum lençol cabia na nossa cama — talvez eu devesse ter dado mais um tempo para os lençóis filhotes crescerem, né?
Quando fomos para o Brasil no primeiro ano, lá pelos idos de 2014, trocamos nossa cama de casal por uma king. Para a cama de casal, comprei dois jogos de lençol, porque assim poderia lavar um enquanto usava o outro. Mas para a cama king, acabou a verba, então só tínhamos um lençol mesmo, que era lavado e secado a toque de caixa. Mas tudo fluía.
Até voltarmos.
Porque abrimos todas as sacolas e não encontramos o lençol king. Resolvi, então, comprar um jogo novo. Em cntp, eu compraria o lençol, tudo funcionaria e vida que segue. Mas quando se vive na pindaíba, até mesmo comprar um lençol é um evento importante: você não quer gastar seu parco dinheirinho e depois se arrepender da compra, porque não vai existir "ah, vou precise comprar outro lençol". Por isso, passei alguns dias pesquisando diligentemente os jogos disponíveis na internet. Achei um com bom custo benefício. Comprei. Aguardei ansiosa os dois dias de prazo de entrega e quando finalmente a encomenda chegou, corri para colocar o lençol na cama, que àquela altura estava forrada com dois lençóis numa gambiarra desconfortável.
Abri caixa, abri pacote, desenrolei lençol e... não coube!
Pânico!
Como não coube? Eu comprei o lençol queen, certinho.
Opa! Fui ver a nota fiscal da cama, porque no meu raciocínio lógico, passamos de uma cama de casal para uma cama queen, que era o upgrade seguinte, né? Mas eu fui ousada, pessoal, e fiz um upgrade audaz: de casal direto para king. E, na pindaíba, sem lençol, comprei a porcaria do tamanho errado! Vou devolver, claro, mas o frete vai comer metade do preço que paguei no lençol, então não vou poder simplesmente trocar o tamanho.
Bom, ai hoje fui ao mercado fazer uma luxuosa compra de condicionador (um luxo! Pindaíba, lembram?) quando dei de cara com um jogo de lençóis em promoção! Tamanho certo! Comprei, claro, porque era prioridade. Mas, infelizmente, era um lençol verde-oliva, e eu tenho a mania de rock star de só gostar de dormir em lençol branco. Paciência. Na pindaíba, lençol no tamanho certo é prioridade, cor de que gosto é dispensável.
bate aqui, amiga de pindaíba!!! Tô entrando em uma ma-ra-vi-lho-sa, nem te conto! Que bom que voltou pra blogosfera (só agora li seu outro post, abafa).
ResponderExcluirAi... como dói!
ResponderExcluirMais ainda prefiro viver fora!
Tem de pensar na verba dos lençóis quando for trocar de cama tbm! Hihihihi