Abri a internet e dei de cara com uma matéria de uma revista famosa que trazia na foto uma ex-colega de faculdade. Um sucesso a empresa dela: o reflexo de uma carreira feita em grandes e prestigiosas corporações.
Fiquei muito feliz, sempre gostei da moça que, além de talentosa, sempre foi uma pessoa boa e generosa. Em um país pingando de fel e mau caratismo, dá gosto ver alguém bacana se dando bem para variar.
Enquanto isso, vou enfileirando derrotas.
Sou um fracasso profissional e mal consigo manter a cabeça para fora da água. Pequenos sucessos cometeram a crueldade de me dar esperança, só para depois confirmarem minha incompetência: eis as chances, todas desperdiçadas. Concursos literários, entrevistas de emprego, projetos bem estudados, planos de carreira. Nada sobrevive ao terremoto que sou. À bomba atômica. Arraso o que se erguer diante de mim, transformando tudo em uma grande planície, para que, quando enfim jazer meu corpo no campo de batalha, todos possam distinguir, sem hesitação ou confusão, a única responsável por esse fracasso.
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