terça-feira, 10 de setembro de 2013

Apresentando Mike (mas também pode chamá-lo de Alfredo)

Engravidei e já sabia os nomes que iriam para a lista dos favoritos. Havia outros, mas Arthur era o favorito. Forte, tradicional, curto e, o mais importante, praticamente universal no mundinho ocidental que frequentamos. Já sabíamos que marido teria uma oportunidade profissional no exterior quando veio o positivo, então um nome que valesse no Brasil, na Europa ou nos EUA seria muito bem-vindo. E assim (e por outros motivos), escolhemos Arthur, com TH que era para facilitar a vida anglófona que acreditávamos que teríamos.

ahhahahahahahahahahahahahahhahhahahah
[risos histéricos]

Assim que botamos o pé na terra do Tio Sam descobrimos uma verdade que dançava na boquinha da garrafa diante de nós, mas que ignorávamos por... pura distração. Arthur era um nome tão lindo, tão perfeitamente perfeito para nossos planos e ideias, que nem ligamos que, enquanto os americanos não conseguem pronunciar bem as vogais nasais (não, pão, chão, Copacabana etc.), nós, tupiniquins, temos dificuldades com o TH.
Bom, o TH do Arthur segurou o tchan logo que o primeiro local perguntou o nome do menino.
O diálogo foi mais ou menos assim:

- Oh, que gracinha! Qual o nome?
- Arthur [caprichando no R retroflexo ARRRRR, e também no TH línguo-dental].
- Como?
- Arrrrrrthfffuuur.
- Ah, tá. Oi, Alfred. Tudo bem?

Alfred, minha gente! ALFREDO!

A gente escolhe o nome com tanto carinho, tanto cuidado, e é trollada por si mesma e pelo sangue latino e a alma cativa da última flor do Lácio. Ê, beleza!
Confesso que a cada ida ao parquinho ou saída para fazer supermercado, com meu pequeno populista acenando e dando sorrisos para todos, eu queria me enterrar na caixa de areia ou me esconder atrás das gôndolas. Também cogitei seriamente apresentá-lo simplesmente como Alfred e tudo bem. Alfredo é um nome bonito, afinal.
Mas então, marido, em toda sua genialidade, veio com a solução perfeita.
Certo dia, no parquinho, veio uma americana estereotipada, cheia de olhos azuis para cima do meu filhinho simpático e risonho, perguntando:
- Qual é o nome deeeeele?
- Mike - respondeu marido. E a vida continuou* bem mais simples, com um nome curto, simples e pronunciável.


* Apesar da tentação, minha gente, nossa solução foi treinar e treinar e treinar até conseguirmos pronunciar satisfatoriamente o nome do Arthur. E ele nunca mais foi Mike ou Alfred.
;-)

6 comentários:

  1. HAHAHAHAHAHHAHAHAAH
    adorei, pq tô me vendo nesse post! Marido e eu tb quisemos um nome que fosse facilmente pronunciado aqui, europa ou eua e chegamos à Thomas. Me imaginei fazendo a linguinha pro TH e no final, chamando ele de Rob....hahahaha
    bjoks
    Carol

    ResponderExcluir
  2. Hahahahaha
    adoro seus posts, Ártemis!!


    beijo!!

    ResponderExcluir
  3. Eita, que vim comentar o post passado e já tem novo! que delícia! Obrigada pela lembrança no post passado!!
    Beijo procê e pro Arrrrthur (com erres puxados no carioquês e TH com língua nos dentes, como nos eua!)

    ResponderExcluir
  4. Hahahaha morri!!! Alfred é phoda! (assim mesmo, com PH hahahahaha)

    Sabe, esse negócio de nome é difícil mesmo. Tenho uma amiga brasileira (Carolina) que mora aqui há uns 12 anos tb. Só que nos EUA, Ca-ro-li-na vira "Que-rou-laííí-na" e ela MORRE toda vez que escuta alguém chamá-la assim (e olha que Carolina é um nome fácil...não é que nem Conceição ou Guilherme, que dificulta a vida do anglo-saxão).
    Eu tenho o problema ao contrário. Aqui, todo mundo acerta. No Brasil, não me pergunte porque cargas d'água, tem gente que me chama de Érica! ÉRICA!!! Sabe quando você entra em loja e a vendedora pergunta o seu nome? Ou quando o porteiro pergunta o seu nome quando você vai visitar um amigo? 100% das vezes eu falo "HELEN" e 80% das vezes eles escutam "Érica." É um mistério!

    No mundo globalizado de hj, a coisa mais importante pra mim na escolha do nome era justamente isso: facilidade na pronúncia em inglês, português, francês e espanhol (e de preferência, sem trocar a pronúncia...tipo, adoro "Gabriel," versão brasileira, Herbert Richers, mas não gosto do som de "Guei-briii-el" em inglês). Acabamos escolhendo um nome de menino e um de menina que (acho) que funcionam...(ah, e Arthur estava na lista...era o #3 de menino...)

    ResponderExcluir
  5. Rá! Do lado de cá também já decidimos que o nome tem que ser fácil lá por fora também, pq ô coisinha chata é ficar soletrando pra gringo! Única vez que fui tietar um ator gringo (essas coisas a gente faz lá fora, foi o frisson entre azamigas) eu ganhei um autógrafo pra outra pessoal que não era eu. Simplesmente pq fiquei tão nervosa que troquei as letras todas. hahahah
    Agora vou cuidar pra escolher um nome que saiba pronunciar. hahaha
    Bjo!

    ResponderExcluir