quinta-feira, 30 de abril de 2015

Nunca sozinho

No fim de tarde de um dia de primavera, passeávamos em um jardim. Todo mundo com frio, mas feliz. Até que Arthur decide colocar em prática toda sua independência de toddler e desvia-se do caminho que percorríamos. Ele queria ir para o outro lado, pelo simples prazer de fazer diferente, de desafiar os pais.
Deixamos.
Ele ia para um lado e nós para o outro. Dando tchauzinho, lá ia meu pequeno, seguindo a distância um moço de ushanka marrom e sobretudo escuro. Nós, marido e eu, do outro lado.
De repente, Arthur percebeu que não iríamos atrás dele, como costumamos fazer. Claro. O parque era seguro, os caminhos se encontrariam obrigatoriamente mais à frente, não havia por que seguir ele. Então, filhote parou. Gritou "não". E veio correndo na nossa direção. Marido foi quem o encontrou no meio do trajeto entre lá e cá e o abraçou.
Então, abraçadinho ao pai, Arthur fala:
- Não quero ficar sem a minha família. Nunca, nunca, nunca quero ficar sozinho.

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