Minha vida está caótica.
Administro uma criança de 7 anos de férias (3 meses), um bebê de 8 meses que coloca tudo na boca e já começou a se deslocar (não engatinha, mas quase), um apartamento com todas as suas necessidades (limpar, cozinhar, guardar, lavar, abastecer...), um casamento, uma carreira a distância (muito mais difícil, já que manter contato de longe é complicado), projetos pessoais e profissionais e, no topo disso, minha sanidade. Minha sanidade precisa de: livros, hobbies, banho, exercício físico e meditação. Minha sanidade precisa de muito, porque além de ser muito exigida, já sei que retomar o prumo é infinitamente pior que manter o eixo.
Pois bem, no meio disso tudo meu bebê começou a comer sólidos. E agora, quando vou ao mercado ou cozinho, preciso ter em mente este novo fato.
Semana passada abri a geladeira e tomei um golpe de ar: não havia nada dentro. Comecei a saga "ida ao mercado".
Lembram que há muito tempo contei como era ir ao mercado com Arthur? (Cata lá nos arquivos, que eu vou ser realista: não vou conseguir colocar o link.) Pois ir ao mercado com Arthur + Gael não ficou exatamente mais fácil.
Primeiro preciso fazer uma lista (de compras), depois outra lista (de coisas que vão na mochila comigo), depois outra lista (roupas que preciso separar para todos aqui se vestirem) e, quando já estou exausta de arrumar tudo e de tentar convencer Arthur a sair de casa, é hora de sair.
Eu saio de carrinho, mas levo o ergobaby porque geralmente Gael chora na volta e eu preciso carregá-lo. Eu saio fazendo mil papagaiadas para distrair Arthur. Eu saio já doida para voltar. E é por isso que, ao pisar no mercado, minha mente está focada em uma e apenas uma coisa :pegar tudo rápido e ir embora o mais rápido possível.
Outro dia marido ficou chocado comigo. Fomos juntos fazer as compras e, enquanto ele pegava uma dúzia de ovos e um potinho de morangos, eu já estava na boca do caixa com absolutamente todos os outros itens da lista + uma barra de chocolate extra. Acho que levei 2 minutos para resolver tudo.
Bom, então semana passada fui ao mercado, determinada a sofrer, digo, passar o menor tempo possível na missão compras. Em poucos minutos tinha resolvido tudo, pegado todos os itens, inclusive uma batata, que viraria um purê para dar para Gael.
Geralmente não compro batata porque 1) Arthur não gosta; 2) dá um trabalho do cão esfregar a casca para limpar a terra (batata aqui vem suja, você que limpe). Mas nesse dia estava determinada a fazer o tal purê.
Cheguei em casa, ainda na vibração purê, comecei a guardar tudo, organizar a cozinha para preparar o jantar e dar sequência à rotina de todos os dias.
Eu não sei vocês, mas eu cozinho assim: corre na sala para ver o bebê, briga com o mais velho porque está apertando o bebê, volta e liga o fogo, vai ver o mais velho pulando do lado do bebê, quebra dois ovos, quase joga os ovos no mais velho ou no bebê, corre para diminuir o fogo e mexer, vai pegar o bebê no colo porque chorou, desliga o fogo para não ter acidente com o bebê no colo e vai lavar louça com uma mão só, briga com o mais velho que não é hora de comer nada antes do jantar, aceita o argumento de que pepino antes do jantar pode, coloca o bebê em frente à porta da cozinha, liga o fogo, grita "outro pepino não!" e se pergunta quando virou essa adulta que grita essas frases sem sentido, tira o livro que estava lendo da boca do bebê, queima o omelete, faz o prato, pega o bebê que chorou, diz "não, chega de pepino" para o mais velho, que também chora, coloca o ergo, coloca o bebê no ergo, consola o mais velho, pede ajuda, descobre que o mais velho pegou os talheres mas parou no meio do caminho para ler revistinha e os talheres estão no chão, pega os talheres, lava os talheres, coloca o prato no micro-ondas, esquece os talheres, grita três vezes antes de ser ouvida pelo mais velho, que largou a revistinha e espalhou 457 cartas de Pokémon no chão, pisa em três cartas e num macarrão velho que não sabe de onde veio, senta, esqueceu o copo de água, volta e o mais velho tá comendo com a mão e o bebê jogou o brócolis no chão... E por aí vai.
Acho que vocês captaram a ideia.
Pois bem, nesse dia eu peguei o raio da batata e comecei a esfregar quando o caos se restabeleceu (não vou falar que ele se instaurou porque pode dar a vocês a ideia errada de que o caos não é o padrão, e sabemos que isso não é verdade). Fui acudir alguma urgência e larguei a batata lá. Que rolou quando peguei o prato para lavar e preparar o jantar. Que rolou de novo quando decidi dar outra coisa para Gael naquele dia porque já estava tarde para preparar o purê. Que se escondeu entre a louça por lavar e, finalmente, se escafedeu.
Não temos triturador de lixo acoplado ao ralo. Marido não se lembra de ter jogado a batata fora. Arthur não mexeu na pia. Eu não guardei batata alguma. Para falar a verdade, só me lembrei dela no dia seguinte, perto do almoço, quando a ideia do purê voltou a me atiçar. Mas aí já era tarde, a batata já se tinha perdido. E, como até hoje eu não sei que fim levou a batata, só posso concluir que, não, ainda não venci! Seguirei na luta diária.
Pois bem, no meio disso tudo meu bebê começou a comer sólidos. E agora, quando vou ao mercado ou cozinho, preciso ter em mente este novo fato.
Semana passada abri a geladeira e tomei um golpe de ar: não havia nada dentro. Comecei a saga "ida ao mercado".
Lembram que há muito tempo contei como era ir ao mercado com Arthur? (Cata lá nos arquivos, que eu vou ser realista: não vou conseguir colocar o link.) Pois ir ao mercado com Arthur + Gael não ficou exatamente mais fácil.
Primeiro preciso fazer uma lista (de compras), depois outra lista (de coisas que vão na mochila comigo), depois outra lista (roupas que preciso separar para todos aqui se vestirem) e, quando já estou exausta de arrumar tudo e de tentar convencer Arthur a sair de casa, é hora de sair.
Eu saio de carrinho, mas levo o ergobaby porque geralmente Gael chora na volta e eu preciso carregá-lo. Eu saio fazendo mil papagaiadas para distrair Arthur. Eu saio já doida para voltar. E é por isso que, ao pisar no mercado, minha mente está focada em uma e apenas uma coisa :pegar tudo rápido e ir embora o mais rápido possível.
Outro dia marido ficou chocado comigo. Fomos juntos fazer as compras e, enquanto ele pegava uma dúzia de ovos e um potinho de morangos, eu já estava na boca do caixa com absolutamente todos os outros itens da lista + uma barra de chocolate extra. Acho que levei 2 minutos para resolver tudo.
Bom, então semana passada fui ao mercado, determinada a sofrer, digo, passar o menor tempo possível na missão compras. Em poucos minutos tinha resolvido tudo, pegado todos os itens, inclusive uma batata, que viraria um purê para dar para Gael.
Geralmente não compro batata porque 1) Arthur não gosta; 2) dá um trabalho do cão esfregar a casca para limpar a terra (batata aqui vem suja, você que limpe). Mas nesse dia estava determinada a fazer o tal purê.
Cheguei em casa, ainda na vibração purê, comecei a guardar tudo, organizar a cozinha para preparar o jantar e dar sequência à rotina de todos os dias.
Eu não sei vocês, mas eu cozinho assim: corre na sala para ver o bebê, briga com o mais velho porque está apertando o bebê, volta e liga o fogo, vai ver o mais velho pulando do lado do bebê, quebra dois ovos, quase joga os ovos no mais velho ou no bebê, corre para diminuir o fogo e mexer, vai pegar o bebê no colo porque chorou, desliga o fogo para não ter acidente com o bebê no colo e vai lavar louça com uma mão só, briga com o mais velho que não é hora de comer nada antes do jantar, aceita o argumento de que pepino antes do jantar pode, coloca o bebê em frente à porta da cozinha, liga o fogo, grita "outro pepino não!" e se pergunta quando virou essa adulta que grita essas frases sem sentido, tira o livro que estava lendo da boca do bebê, queima o omelete, faz o prato, pega o bebê que chorou, diz "não, chega de pepino" para o mais velho, que também chora, coloca o ergo, coloca o bebê no ergo, consola o mais velho, pede ajuda, descobre que o mais velho pegou os talheres mas parou no meio do caminho para ler revistinha e os talheres estão no chão, pega os talheres, lava os talheres, coloca o prato no micro-ondas, esquece os talheres, grita três vezes antes de ser ouvida pelo mais velho, que largou a revistinha e espalhou 457 cartas de Pokémon no chão, pisa em três cartas e num macarrão velho que não sabe de onde veio, senta, esqueceu o copo de água, volta e o mais velho tá comendo com a mão e o bebê jogou o brócolis no chão... E por aí vai.
Acho que vocês captaram a ideia.
Pois bem, nesse dia eu peguei o raio da batata e comecei a esfregar quando o caos se restabeleceu (não vou falar que ele se instaurou porque pode dar a vocês a ideia errada de que o caos não é o padrão, e sabemos que isso não é verdade). Fui acudir alguma urgência e larguei a batata lá. Que rolou quando peguei o prato para lavar e preparar o jantar. Que rolou de novo quando decidi dar outra coisa para Gael naquele dia porque já estava tarde para preparar o purê. Que se escondeu entre a louça por lavar e, finalmente, se escafedeu.
Não temos triturador de lixo acoplado ao ralo. Marido não se lembra de ter jogado a batata fora. Arthur não mexeu na pia. Eu não guardei batata alguma. Para falar a verdade, só me lembrei dela no dia seguinte, perto do almoço, quando a ideia do purê voltou a me atiçar. Mas aí já era tarde, a batata já se tinha perdido. E, como até hoje eu não sei que fim levou a batata, só posso concluir que, não, ainda não venci! Seguirei na luta diária.
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