terça-feira, 7 de outubro de 2014

A geladeira NÃÃÃOOOO!

Era bem tarde, umas duas, talvez três da manhã, quando a geladeira fez seu VUUUUUSHHHHH bem alto. A porta fechada não adiantou e parecia que um Boing tinha ligado as turbinas dentro da minha casa. Arthur, óbvio, acordou. Aliás, duas vezes na mesma madrugada, pelo mesmo motivo.
Decidimos, então, pedir que trocassem a geladeira.
Aqui, a responsabilidade de troca de equipamentos básicos da casa ou da cozinha é do senhorio. Ligamos, pois, para o nosso, que depois de tentar resolver o problema com manutenção e mandingas, veio substituir o avião por uma geladeira.
Isso foi hoje. Os rapazes da manutenção bateram à porta, trouxeram a geladeira nova, levaram a velha, varreram o chão e fizeram a realocação de tudo que estava dentro do avião refrigerado.
Eu estava satisfeita, quase feliz - daquelas felicidades prosaicas, sabem?
Filhote perguntou quem eram as pessoas e eu respondi. Quis saber por que estavam ali e eu disse. Ele, então, abriu um berreiro, sentido, de lágrimas gordas e quentes pingando na camisa, o rostinho vermelho com a emoção. Surpresa, abracei-o e indaguei o motivo do choro, da tristeza, ao que ele esclareceu:
- Eu não quero que levem a geladeira velha!
Consolei, expliquei, distraí, abracei, fiz tudo que estava a meu alcance. Mas ele ficou mesmo ressentido com a troca e precisei passar uma tarde toda revezando entre consolar e escutar muito choro por causa da geladeira velha.
Durma-se com um barulho desses (ou daquele).

2 comentários:

  1. Hahahahaha! Ele se apegou ao som de turbina da geladeira antiga... Fofo!

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  2. Ohhnnnnn <3
    Quando eu era criança meu pai precisou cortar uma árvore que estava destruindo o telhado da nossa varanda. Lembro de quando cheguei em casa e vi os pedaços dos troncos e me abracei a eles e fiquei chorando, morrendo de dó.
    Criança é pura, se apega, é lindo.

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