domingo, 2 de fevereiro de 2014

Os dentinhos e o colar de âmbar

Aos quase vinte meses Arthur tem quase catorze dentes. Digo quase porque os caninos superiores apenas apontaram, rasgando a gengiva, mas ainda não nasceram por completo. Então, ele tem, digamos, doze dentes e meio (1/4 de cada canino).
Os primeiros dentes que vieram, conforme os manuais indicam, foram os incisivos centrais inferiores. Dois de uma vez. Como meu pequeno já vinha usando colar de âmbar, não notei grandes mudanças, sobretudo porque Arthur nunca babou. Pelo menos não daquele jeito que babam muitos bebês, de molhar babador, camiseta e calça.
Esperei os primeiros dentes apontarem para, oficialmente, iniciar a introdução de outros alimentos que não o leite materno. A minha escolha foi pessoal e nada científica, apenas baseada na crença de que a natureza daria os primeiros sinais de que Arthur estaria pronto para ingerir novas texturas e sabores. Esperei, portanto, que ele se sentasse com firmeza e que tivesse dentinhos.
Durante o período, para ajudar a aliviar e também porque era muito divertido, ofereci ao meu molecote cenoura geladinha (devidamente descascada e limpa, sob supervisão para que, caso um pedacinho se soltasse, ele não engasgasse) e picolé de leite materno. A cenoura foi uma curtição, principalmente porque os dentinhos vieram bem no carnaval e fantasiei Arthur de coelhinho, com a cenoura-mordedor fazendo parte dos adereços de mão! E o picolé de leite materno era moleza de fazer: congelava meu leite em uma forminha de picolé (vende em supermercados e lojas de utilidades para o lar, bem baratinho),  o menino pronto para se melecar e deixava que ele mesmo guiasse o geladinho para onde quisesse.
(Sobre o picolé, existe uma ressalva importante: como Arthur nunca apresentou qualquer problema crônico nas vias superiores, como eu morava no Hell de Janeiro e seus 70 graus na sombra, oferecia o picolezinho com parcimônia e ciente de que não era a coisa mais recomendada do mundo, embora aliviasse calor e dentinhos e, de lambuja, ainda proporcionasse uma visível diversão ao meu filho. Escolhas que fazemos nessa vida.)
Depois dos incisivos inferiores, vieram os superiores, e então aquelas gengivinhas rosadas e nuas começaram a ficar povoadas de dentinhos branquinhos e graciosos... que me mordiam os mamilos!
Fiquei desesperada, confesso, com o fato de que depois de sofrer quase todas as urucubacas da amamentação então precisasse encarar um bebê mordedor. Mas fazer o quê? Amamentar era preciso, ficar sem dor não era preciso, segui, portanto, em frente. Quando ele mordia, eu enfiava meu dedinho mindinho na gengiva dele, por trás dos novos dentinhos, e impedia, explicando que machucava a mamãe, um estrago maior. Claro que não funcionava muito. E claro que ele continuou testando no lugar mais seguro do mundo (para ele) a função dos novos apetrechos de seu corpinho. Se seu bebê está fazendo isso contigo, infelizmente, só tenho a dizer: paciência, paciência, amor e muito cuidado para que ele não fira seu mamilo e abra, assim, a porta para infecções.
Pois a vida continuou e veio a nossa loucura da mudança.
Arthur continuava com seu colar de âmbar, e os dentes foram chegando de maneira relativamente suave. Nunca febre, diarreia ou irritação extrema. Um ou outro dia de mordeção (mordedores, dedos e, claro, meus peitos!). Até que um dia eu dei um morango para o pequeno. Não comentei aqui, mas desde que Arthur saiu da creche que eu adotei como método de alimentação o baby led weaning (um pouco sobre aqui e aqui), mais prático. Pois que ele estava atracado ao morango, comigo supervisionando, e de repente o morango acabou: foi devorado com uma rapidez nunca antes vista! Achei curioso, mas nem pensei muito mais sobre o assunto (provavelmente porque, na sequência do morango, Arthur deve ter ido aprontar altas confusões e aventuras). Alguns dias mais tarde, em meio a uma gargalhada, gelei. Ali dentro daquela boquinha lindinha havia manchas brancas. Como tive uma monília carente até mais ou menos uns três meses atrás, fiquei apavorada achando que o fungo tinha passado para meu bebê, e que as manchinhas brancas (características da patologia) eram colônias de cândida na boquinha do meu cândido! Surtei. Um pouco. E por pouco. Fazendo Arthur gargalhar mais uma vez, descobri, completamente perplexa, que os quatro molares haviam nascido ao mesmo tempo (a julgar pelo tamanho uniforme) e eu nem sequer notara! E, não, eu não notara porque estava atarantada demais com as coisas da mudança, mas sim porque ele superou o nascimento quádruplo sem qualquer tipo de reclamação!
Agora, com os caninos apontando, ele tem ficado mais irritadiço e angustiado, levando brinquedinhos e os dedinhos à boca com mais frequência, mas ainda assim tem levado numa boa.
Embora não haja qualquer comprovaçã científica de que o colar de âmbar seja realmente eficaz, por aqui a fase crítica do nascimentos dos dentinhos foi superada com relativa tranquilidade e sem maiores traumas. O risco de estrangulamento e de aspiração das contas de âmbar existe, e todos que optarem por usar tal acessório em seu(s) filho(s) devem estar cientes disso (uma pesquisa rápida no Google oferecerá diversos resultados e advertências). Por aqui, no entanto, essa foi a opção que mais se adequou às minhas crenças e ao meu estilo de vida, e pretendo manter meu pequeno usando-o sob supervisão por mais um bom tempo, já que suas propriedades antiinflamatórias não servem somente para a dentição.
E só para fins de curiosidade, já que nunca experimentei, existe ainda uma outra alternativa natural para aliviar os sintomas do nascimentos dos dentinhos: trata-se da raiz de íris.
Alguém conhece mais algum método não-farmacológico (ou seja, nada de remédios!) de alívio para o período de nascimento de dentinhos?

2 comentários:

  1. Oie!! Amo seus posts, mas quase nunca comento, mas amo, tá :)
    Então estou super curiosa sobre este colar de ambar, minha filhota também tem 20 meses, mas eu utilizo a Camomilina que é um fitoterápico. Ele é uma pózinho natural, que dá para misturar na àgua, suco, comida...Funcinou muito com a Lara. Beijos

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  2. Sabe que por aqui os dentes foram nascendo aos pares também, só que na vez do canino o dito cujo superior do lado esquerdo não veio, foi o ultimo dos 16 a nascer. No começo eu tentei usar a tal camomilina, mas como não vi diferença, resolvi encarar tudo na maior paciência, e percebi que os piores foram os caninos, Joaquim com 15 meses já tinha seus 16 dentinhos, agora estamos a espera dos últimos 4 da primeira dentição, que dizem que vão vir perto dos 2 anos

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